O coletivo de juízes da Operação Pretoriano adicionou hoje duas testemunhas ao processo, a pedido da defesa de Fernando Saúl, para comprovar que este não agrediu Henrique Ramos na Assembleia Geral do FC Porto de novembro de 2023.

A manhã da 13.ª sessão do julgamento, no Tribunal de São João Novo, no Porto, consistiu nas audições de cinco vigilantes da empresa de segurança privada que prestava serviços aos 'azuis e brancos' na reunião magna.

No primeiro depoimento do dia, Ricardo Rocha, que vigiava a Mesa da Assembleia Geral (AG), no Pavilhão Dragão Arena, recordou os tumultos no recinto após o discurso de Henrique Ramos, relatando que o assistente no processo foi encaminhado à saída por "dois colegas" seus.

Na sequência desta informação, a advogada de Fernando Saul requereu que os dois vigilantes que se encarregaram desse procedimento fossem adicionados ao rol de testemunhas, de modo a poder confirmar que o associado do FC Porto não fora alvo de agressões durante o procedimento.

A causídica do antigo oficial de ligação aos adeptos dos 'dragões' recordou que Ramos já havia inocentado o seu representado em fase de inquérito, mas sublinhou a necessidade de que "não reste qualquer dúvida".

O pedido foi deferido, com a inquirição das novas testemunhas a realizar-se em data ainda por definir pelo tribunal.

De resto, em consonância com depoimentos de sessões anteriores, os vigilantes admitiram incapacidade em impedir os tumultos, responsabilizando o FC Porto pelo número de efetivos "muito insuficiente" para dar resposta à adesão em massa à reunião na qual seria votada uma alteração estatutária do clube.

"O número de seguranças no local era muito insuficiente. Penso que o responsável pela quantidade de efetivos é o chefe de segurança do FC Porto, é ele que encomenda o serviço", acusou Ricardo Rocha.

Os 12 arguidos da Operação Pretoriano, entre os quais o antigo líder dos Super Dragões Fernando Madureira, começaram em 17 de março a responder por 31 crimes no Tribunal de São João Novo, no Porto, sob forte aparato policial nas imediações.

Em causa estão 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda três de atentado à liberdade de informação, em torno de uma AG do FC Porto, em novembro de 2023.

Entre a dúzia de arguidos, Fernando Madureira é o único em prisão preventiva, a medida de coação mais forte, enquanto os restantes foram sendo libertados em diferentes fases.