A plataforma Sportrack quer afirmar-se como “um LinkedIn” do desporto, relacionando os investimentos na carreira dos atletas com os resultados alcançados, através da oferta de vários serviços, e ambiciona ter registados 10.000 desportistas até ao final do ano.
“É um projeto para apoiar atletas, independentemente do nível que tenham, é um projeto para todos, pois pode ser integrado por praticantes de todas as modalidades, federados ou não, bem como por atletas olímpicos e paralímpicos”, explicou à agência Lusa Ricardo Andorinho, o mentor do projeto.
O antigo andebolista internacional português, que representou o Sporting durante uma década, entre 1994 e 2004, assume que o objetivo de chegar aos 10.000 atletas registados até final do ano “é super ambicioso”, mas explica que a plataforma “tem agora tudo para crescer”, depois de ter evoluído a vários níveis desde a sua criação, há três anos.
Andorinho define o projeto, criado de raiz, mas inspirado no código da integridade desportiva australiano, como “uma tecnologia que é um LinkedIn para o desporto, que tem páginas de atletas, de empresas, de gestores de atletas e de profissionais desportivos”, e salienta: “Garantimos que os atletas estão a ser tratados por pessoas com competências para o efeito”.
Para se inscrever na plataforma, qualquer atleta deverá fazer um registo gratuito, que, depois de validado, lhe permitirá autonomia total para gerir a sua página e os seus apoios.
“O atleta tem autonomia para fazer a sua página, colocar os seus resultados, os seus melhores momentos”, refere Ricardo Andorinho, acrescentando: “Todas as páginas de atleta têm um botão de apoio, e nesse caso passamos de falar apenas de uma espécie de LinkedIn, mas também de uma plataforma de publicidade e crowdfunding”.
O mentor do projeto explica que o “processo de apoio aos atletas está automatizado, entre um e 24 meses” e que a plataforma converte o dinheiro dos apoios “em créditos desportivos, que são injetados nas contas dos atletas”.
Dirigido a atletas de todas as modalidades e dimensões desportivas, o projeto está a apostar na divulgação junto dos pais de praticantes entre os 14 e os 18 anos, bem como de clubes e dos Centros de Alto Rendimento (CAR) de todo o país.
“Contamos também com o apoio da Fundação do Desporto, que está a ajudar a que a Sportrack seja a plataforma portuguesa de ajuda aos atletas”, refere Ricardo Andorinho, lembrando que os programas de apoio aos atletas só surgem quando estes chegam a patamares de excelência.
No futuro, a plataforma, disponível no endereço sportrack.io, pretende também oferecer um serviço de gestores desportivos, para o qual se podem inscrever profissionais da área, bem como, segundo Andorinho, “desenvolver um seguro desportivo, que cobre lesões desportivas e não acidentes de trabalho”.
Atualmente com cinco investidores e “à procura de um sexto, preferencialmente conhecedor da área do desporto”, a plataforma conta com o apoio de “300 ex-desportistas, alguns dos quais com cargos de gestão no desporto nacional”, está também envolvida num projeto internacional para a igualdade de género.
Segundo o antigo andebolista, a plataforma, que tem cerca de 300 atletas inscritos e obrigou a um investimento de 80.000 euros, gerou “mais de 2.000 créditos, o que equivale a mais de 3.000 euros”, e “ultrapassadas todas as questões burocráticas e legais, está preparada para crescer”.
“Quem pagou este projeto até hoje foram os fundadores que acreditam que a valorização do desportista enquanto profissão é viável, porque há muita gente a praticar desporto”, afirma Ricardo Andorinho, assumindo que a plataforma “está preparada para pagar e receber do ecossistema”.
Comentários