
O julgamento do Processo Saco Azul prosseguiu esta quinta-feira no Campus de Justiça, em Lisboa, com a inquirição de várias testemunhas. A primeira a ser ouvida foi Maria Carvalho, Inspetora Tributária, que abordou diretamente a questão das faturas consideradas falsas e que estão na base do alegado esquema fraudulento entre a Benfica SAD e as empresas Questão Flexível e Capinvest.
Segundo a inspetora, o seu trabalho centrou-se na análise da documentação enviada pela Polícia Judiciária, com o objetivo de apurar a vantagem patrimonial indevida. “A minha intervenção prendeu-se com as faturas inexistentes. Neste processo, só intervim para apuramento da vantagem patrimonial, através da documentação que a PJ nos fez chegar”, afirmou em tribunal.
Maria Carvalho explicou ainda os métodos utilizados para calcular o montante de IVA e IRC que terá sido deduzido de forma ilícita. Os valores apurados resultaram da análise cruzada de documentos contabilísticos com os dados recolhidos nas buscas realizadas no âmbito do processo.
O chamado “Saco Azul” diz respeito a um alegado circuito de financiamento paralelo, alimentado por faturas fictícias emitidas por empresas externas ao clube, com o objetivo de suportar pagamentos não registados oficialmente. A investigação aponta que esses fundos serviriam, entre outros fins, para premiar jogadores e agentes à margem da contabilidade formal.
O julgamento continua nos próximos dias, com a audição de mais testemunhas-chave e a análise de documentação financeira. Entre os arguidos estão ex-dirigentes ligados à Benfica SAD, bem como responsáveis pelas empresas envolvidas no esquema agora em julgamento.
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