O futebol angolano conseguiu contrariar, em 2018, a tendência de fracassos que, nos últimos anos, fragilizavam a imagem dos clubes e da seleção nacional de Angola.
Nos últimos 12 meses, os angolanos tiveram motivos para sorrir e voltaram a levantar alto a bandeira nacional nas Afrotaças e em outras provas continentais.
Na Liga dos Clubes Campeões de África, o 1.º de Agosto protagonizou uma campanha ímpar, apesar de a arbitragem ter 'negado' a passagem do clube à inédita final na prova.
Após a conquista do terceiro Girabola consecutivo, os rubro-negros foram eliminados apenas nas meias-finais, pelo Esperance de Tunis, por culpa de uma arbitragem tendenciosa.
Na segunda "mão", após vitória caseira (1-0), o 1.º de Agosto perdeu por 3-4, com o árbitro zambiano Janny Sikazwe a permitir acções violentas, gás lacrimogéneo, fogo-de-artifício e, inclusive, invasão à quadra de jogo por parte de enfurecidos adeptos.
Como que de consolo, Toni Cabaça foi eleito o melhor guarda-redes da prova, marcada pela suspensão do juiz Sikazwe, por parte da CAF, até conclusão de um inquérito.
Entretanto, um mês depois, na actual edição (2018/2019), o embaixador angolano foi incapaz de repetir a performance, tendo sido eliminado pelo desconhecido AS Otoho, do Congo Brazzaville, na pré-eliminatória de acesso à fase de grupos da "Champions".
Sorte diferente tem tido o Petro Atlético de Luanda na Taça da Confederação.
A um passo de atingir à fase de grupos, os "petrolíferos" esperam, na última eliminatória, o adversário que sairá dos afastados da Liga dos Campeões.
Entretanto, nem tudo foi um "mar de rosas" para o futebol angolano em 2018.
A seleção principal falhou o objectivo no CHAN2018, no mês de Março, e na Taça Cosafa, na África do Sul (eliminados nos quartos-de-final em ambas ocasiões).
Com esses dois percalços, os Palancas Negras viraram as baterias para o CAN2019.
Angola ocupa a 2.ª posição do grupo I, com nove pontos, menos três que a líder Mauritânia.
Precisa apenas de vencer o último jogo com o Botswana, em Março de 2019, para marcar a 8.ª presença na prova, ainda sem palco, após a CAF retirar a organização aos Camarões, por atraso nas obras. O Egipto apresentou candidatura.
Os pupilos de Srdan Vasiljevic participaram, ainda este ano, no Torneio das Quatro Nações, na Zâmbia, onde ocuparam a terceira posição, em prova ganha pela África do Sul. O outro interveniente foi o Zimbabwe.
Ainda este ano, os sub-23 beneficiaram da desistência da Namíbia para se qualificarem à segunda eliminatória da corrida ao CAN do Egipto, em 2019.
Os olímpicos têm agora mais duas eliminatórias para tentarem o inédito, chegar ao africano da categoria, agora qualificativo aos Jogos Olímpicos. Na próxima etapa defrontam a África do Sul.
Já os sub-20, após falharem o apuramento ao CAN2019, a decorrer no Níger, conquistaram a medalha de bronze na Taça Cosafa e os sub-17 obtiveram a prata nos jogos da Região -5, terminados este mês no Botswana.
Entre altos e baixos, Angola conseguiu colocar um dos seus mais respeitados atletas da actualidade, Gelson Dala, na lista de candidato a futebolista africano do ano.
O internacional do Rio Ave, da primeira Liga Portuguesa, será um dos nomes em destaque na gala que acontecerá em Janeiro próximo, em Dakar (Senegal).
Deve disputar a "bola de ouro" com mais 33 jogadores, com realce para o egípcio Mohamed Salah (Liverpool), vencedor da edição de 2017.
Outro ponto alto do ano foi a transferência do extremo Geraldo, tricampeão pelo 1.º de Agosto, para o Al Ahly do Egipto, com quem assinou contrato por quatro épocas e meia. Trata-se do quarto jogador angolano a representar este clube depois de Gilberto, Flávio e Avelino Lopes.
A nível internacional, o Mundial de futebol, disputado na Rússia, foi o principal evento desportivo do ano. Angola fez-se representar pelo árbitro assistente Jerson Emiliano, envolvido nos jogos Bélgica-Panamá, Japão-Polónia, França-Perú e Rússia-Croácia.
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