Metade dos jogadores de futebol não são pagos pelos clubes que representam é uma das conclusões, revelada esta quarta-feira, de um estudo a apresentar na segunda-feira, em Amesterdão, pelo sindicato mundial de jogadores (FIFPro).
O estudo elaborado pela FIFPro, em parceira com a Universidade de Manchester, de Inglaterra, revela ainda as disparidades existentes, quer a nível salarial quer de prémios de jogo, entre os praticantes profissionais masculinos e femininos de futebol.
O estudo é baseado no testemunho de cerca de 3.300 jogadores a atuar em 33 países, incluindo Estados Unidos, Alemanha, França, Inglaterra e Suécia, e revela que centenas de jogadores de topo decidem terminar as carreiras mais cedo “para prosseguir uma carreira mais viável ou começar uma família”.
De acordo com dados preliminares já divulgados pela FIFPro, 87% dos jogadores(as) entrevistados dizem que poderiam reduzir a duração das suas carreiras e uma das causas deste fenómeno está na baixa remuneração do futebol feminino.
Assim, 66% das jogadoras que jogam nas suas seleções nacionais declararam-se insatisfeitas com o nível dos prémios, enquanto 35% disseram que não são pagas quando representam o seu país.
Para efeito de comparação, e de acordo com os dados da UEFA, os prémios pagos durante o Euro2016 às 24 seleções masculinas chegaram aos 301 milhões de euros, enquanto no Euro2017 feminino o total pago às 16 equipas nacionais ronda os oito milhões.
“A nossa pesquisa mostra como é difícil, mesmo para uma jogadora de seleção, fazer carreira no futebol”, disse o secretário-geral da FIFPro, Theo van Seggelen, num comunicado em que foram reveladas as primeiras conclusões do estudo.
Em abril, a Federação de Futebol dos EUA (US Soccer) e as jogadoras da seleção nacional chegaram a um acordo salarial, encerrando uma disputa de vários meses pela obtenção de condições e contrapartidas idênticas ao sector masculino.
“Os resultados deste estudo expõem um poderoso testemunho sobre as dificuldades das jogadoras", acrescentou a responsável pelo área feminina da FIFPro, Caroline Jonsson, que pretende “trabalhar com os clubes e federações no sentido de criar mais oportunidades para elas prosseguirem a sua paixão”.
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