O grupo parlamentar do PSD responsabilizou hoje o Governo pelo combate e prevenção da violência no desporto, acusando-o de inação, numa pergunta ao ministro da Educação sobre a avaliação ao regime jurídico sobre a matéria.
Os social-democratas assinalam o “discurso de desresponsabilização do Governo face ao drama que constitui a violência no desporto”, na sequência das declarações do ministro da tutela na apresentação do livro ‘Contas de Cabeça’, na quarta-feira.
"A tutela do desporto age todos os dias em prol do desporto e do futebol. Acima de tudo com uma mensagem séria, de cumprimento da lei e moderação (...). O futebol, pelas paixões que move, pelo papel social, económico, cultural importante que tem na sociedade portuguesa (...) tem um papel central. Tendo um papel central, temos uma responsabilidade acrescida. O papel do Governo é fazer com todos tenhamos essa responsabilidade", afirmou Tiago Brandão Rodrigues, na ocasião.
Para o grupo parlamentar do PSD, o ministro “não é um mero árbitro ou moderador – cabendo-lhe, sim, assumir um papel ativo nesta matéria”, pois “é o que a sociedade espera de quem tutela o desporto em Portugal”.
“No entanto, e ao invés de uma atitude responsável, o Governo tem-se revelado incapaz da tomada de medidas que contribuam para a resolução deste clima de intolerância, ódio e violência”, lê-se na questão dos social-democratas hoje entregue no parlamento sobre quando será feita a avaliação à “implementação do regime jurídico do combate à violência, ao racismo, à xenofobia e à intolerância nos espetáculos desportivos, de forma a possibilitar a realização dos mesmos com segurança”.
À margem da apresentação do livro, e sem se referir a situações concretas, o ministro afirmou que "todos os atores que estão no futebol, jogadores, treinadores, dirigentes, meios de comunicação social, cada um tem de entender qual é o seu papel".
"O governo está aqui para fazer moderação, mas a sociedade está aqui para avaliar o papel de cada um. A história do futebol e do desporto deu-nos muitos exemplos de como essa moderação e um papel ativo podem ter consequências positivos. Uma ou outra vez, temos exemplos claros de como o papel negativo de algum dos atores (...) pode levar ao contrário, a que esse papel não seja construtivo", completou o governante.
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