Abel Ferreira, treinador do Palmeiras, analisou o triunfo da sua equipa frente ao Ceará, em partida a contar para a 38.ª jornada do Brasileirão. Os paulistas terminaram no segundo posto do campeonato.
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Análise: "Conseguimos bater um recorde, 76 pontos, nunca ninguém ficou em segundo com essa pontuação, mas infelizmente alguém foi melhor. Num ano de reformulação, 17 saídas e 12 entradas, que investimos dinheiro, muito bem planeado, dos cinco títulos em disputa, Brasileirão, Libertadores, só um clube fez melhor que nós. Em relação ao Mundial de Clubes, representámos bem o futebol brasileiro e o Palmeiras a nível internacional. Em relação à Taça do Brasil, não foi um ano que correu bem e estamos atrás dessa competição e não conseguimos, e no Paulista em pelo menos cinco anos que estou aqui fomos a todas as finais. Este ano foi planeado em 2024, temos gente no clube que entende de futebol, queremos sempre que os reforços rendam, mas nem sempre acontece, nem aqui, nem no Real Madrid nem em lugar algum."
Sobre os prémios e salários no Palmeiras:
"Eu sei que pouca gente sabe, mas nos últimos cinco anos, só em venda de jogadores, passamos os dois mil milhões de vendas de jogadores e, em prémios de títulos, mais de 500 milhões. Portanto, isso não é de hoje. Isso é uma prática e, desde que chegámos ao Palmeiras, faz parte do processo e da nossa equipa técnica. Por isso é que, há cinco anos, quando o Palmeiras estava a tentar contratar treinador e ninguém queria vir para o Palmeiras, alguém foi ao PAOK contratar um treinador por mais ou menos 6 milhões de reais, e o treinador aceitou vir para o Palmeiras. E, por cada título que o Palmeiras ganhou desses 10, o treinador, uma parte do meu prémio fui eu que paguei ao PAOK, ok? Por cada prémio que eu ganhei aqui, eu, do meu bónus dos prémios, paguei ao PAOK. Não foi o Palmeiras, fui eu. Depois criam-se narrativas falsas, e isto é absurdo. Às vezes os valores que falam... é inacreditável como, de forma leviana, se falam em 30 milhões, em 60 milhões. Quando quiserem saber, a minha vida é um livro aberto. Perguntem à Leila ou ao Barros [presidente e diretor de futebol, respetivamente] e podem ver quanto é que entra na minha conta, sem problema absolutamente nenhum.
"É inacreditável, inacreditável como jornalistas falam sem saber absolutamente nada e criam narrativas absolutamente falsas em relação ao meu salário, que é mentira. O valor que falam é mentira. Em relação aos meus prémios, é absurdo os valores que falam. Absurdo. Como é que é possível? Como é que é possível falar nesses valores? Se querem saber, perguntem à Leila, perguntem ao Barros - eu não me importo. Ou então façam o que vocês fazem muito bem: vão aos Catrapassos, vão à CBF, está lá o meu contrato, vejam e falem a verdade, que é para não enganar ninguém. Eu, quando cheguei aqui, tinha zero títulos. Eu não ganhava o que ganhei, o que ganho hoje. Entendem o que eu estou a dizer? Eu ganho o que ganho hoje por isso mesmo: pelos títulos que ganhámos, pelas vendas que fizemos, pelo trabalho que é feito dentro do clube. Por isso é que o clube valorizou aquilo que é o nosso trabalho."
Sobre o segundo lugar no campeonato: "Se o nosso máximo não der para ganhar, eu vou para casa de consciência tranquila. Se o meu máximo não der para ganhar, e eu ficar em segundo, eu beijo a medalha e quem não pensa assim, está tudo certo. Já disse que eu não venho aqui para convencer, não vim para aqui para convencer ninguém. Eu vim parar aqui para fazer o melhor que eu sei, o que eu posso, com os recursos que eu tenho para ficar no Palmeiras. E quando o Palmeiras entender, eu vou continuar a ser treinador aqui ou na China, porque é disto que eu gosto, é disto que eu vivo e gosto muito, muito de estar aqui por isto mesmo, porque a valorização daquilo que nós fazemos dentro."
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