Os sócios do União de Leiria aprovaram hoje uma proposta que altera o equilíbrio de forças na futura SAD, a criar para o futebol profissional da equipa que disputa o campeonato nacional de seniores.
Em assembleia geral extraordinária, que começou sexta-feira e se prolongou pela madrugada, os associados chumbaram uma proposta da atual direção, que pretendia autorização para negociar até 15% mais do que o capital social definido em fevereiro.
Na assembleia do início do ano, os associados aprovaram a constituição da nova SAD para o futebol profissional até 30 de junho de 2015, sendo que o capital social seria constituído por 49% de investidores e 51% do clube.
A situação financeira do União de Leiria é, contudo, débil: está em falência técnica com mais de 300 mil euros de balanço negativo, tendo ainda de cumprir mensalmente um plano de reestruturação de uma dívida também superior a 300 mil euros, referente a incumprimento no pagamento de IVA e IRC.
Por isso, a atual direção tentou uma injeção de capital através da cedência de uma fatia maior da futura SAD.
Mas a proposta da atual direção, liderada por Rui Lisboa, foi recusada. Vingou uma outra apresentada em assembleia geral, que fixa em 396 mil euros o valor da futura SAD a alienar para além dos 51% estipulados em fevereiro.
Percentualmente, o União de Leiria dispensará mais 11% da sociedade para o futebol profissional, ficando em posição minoritária, com 40%.
"Pessoalmente não me agrada que o clube não tenha a maioria. Posso garantir que não vou ser acusado de vender o União de Leiria", disse no final da assembleia o presidente da direção do clube.
Rui Lisboa lamentou que os sócios não tenham deixado aos atuais dirigentes "a margem negocial” que gostariam de ter.
"A nossa proposta era para negociar com qualquer investidor. Perfilam-se outros interessados e, se houver outra solução, é sempre melhor do que entregar tudo ao mesmo investidor", acrescentou Rui Lisboa, que antecipa novas eleições no clube.
"Não faz sentido estar esta direção a negociar um futuro sem saber quem cá vai ficar. Devemos convocar eleições e, dependendo de quem as ganhe, dar poder para negociar", defendeu o presidente do União de Leiria, que admitiu estudar uma recandidatura ao cargo.
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