A seleção feminina de futebol australiana cancelou hoje a digressão pelos Estados Unidos da América, devido às recentes disputas salariais que envolvem a federação australiana (FFA) e a Associação de Jogadores Profissionais (PFA).
No seguimento das disputas salariais que ameaçam o início do campeonato australiano, noticiadas esta quarta-feira, a FFA anunciou hoje que a digressão da equipa feminina, agendada de 17 a 20 de setembro nos EUA, foi cancelada.
A Federação acusou o sindicato de jogadores de "tomar como reféns os interesses" da equipa feminina de futebol.
"Infelizmente, as 'Matildas' [seleção feminina] não vão jogar contra os EUA porque a federação e os clubes da 'A-League' [campeonato de futebol australiano] não conseguem ir ao encontro das exigências exorbitantes feitas pelo sindicato relativamente ao nível do teto salarial", afirmou o presidente da Federação, David Gallop, numa conferência de imprensa.
A federação disse que a associação, que representa os jogadores profissionais masculinos e femininos, rejeitou uma nova proposta "que previa que as 'Matildas' realizassem a digressão pelos EUA e recebessem um pagamento imediato sob um acordo provisório que iria aumentar as taxas".
Além disto, a Federação também tentou chegar a acordo com a equipa masculina de futebol ('Socceroos').
De acordo com a Federação Australiana, a PFA informou ainda que "mesmo que um acordo de longo-prazo fosse alcançado com as 'Matildas', as jogadores não iriam para os EUA, a não ser que um acordo coletivo de quatro anos, envolvendo também os 'Socceroos' e a 'A-League', de 21,2 milhões de dólares [cerca de 19 milhões de euros] fosse também alcançado hoje".
Espera-se que as negociações para um novo acordo coletivo continuem durante o mês de setembro.
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