Vários futebolistas do Gondomar e do Esmoriz, ambas na II Divisão, receberam hoje assistência médica depois de a GNR ter lançado gás pimenta sobre esses aletas, afirmou à Lusa Álvaro Cerqueira, presidente do Gondomar Sport Clube.
O incidente deu-se no Estádio da Barrinha, onde o Sporting Clube de Esmoriz venceu os visitantes por 1-0, com um golo marcado aos 93 minutos. No túnel de saída para os balneários geraram-se depois algumas «altercações» e, segundo Álvaro Cerqueira, «a GNR pôs-se logo a atirar gás pimenta sobre os jogadores».
Para o dirigente do clube, «não havia razão para tanto», mas «a polícia chegou logo de cacetete na mão, pronta a bater em toda a gente, e a coisa acabou mal para sete jogadores do Gondomar, mais alguns do Esmoriz e até homens da própria GNR».
Os Bombeiros Voluntários de Esmoriz apontam como sintomas observados a irritação da zona ocular, a absorção cutânea e dificuldades respiratórias, mas só mencionam a assistência prestada a três atletas do Gondomar.
Álvaro Cerqueira garante, contudo, que foram sete os jogadores afectados: um foi assistido no local na ambulância dos bombeiros, «quatro foram tratados dentro no balneário e dois foram para o hospital» São Sebastião, em Santa Maria da Feira, tendo recebido alta ao princípio da noite.
Contactado pela Lusa, o comando de Aveiro da GNR não adiantou quaisquer detalhes sobre o caso, anunciando apenas que está a proceder às devidas averiguações e que os resultados serão revelados «oportunamente».
Para Álvaro Cerqueira, a reacção da guarda implicou algum «exagero» e «é preciso ver que há 15 dias já foi a mesma coisa, com uma pessoa do Esmoriz a acabar por ir parar ao hospital com um braço partido».
«Parece que os polícias de lá agora andam armados em heróis», observa o dirigente do Gondomar. «Foi o próprio comandante que fez a participação, o que já dá para ver como aquilo está».
No Estádio da Barrinha, e ainda segundo fonte da corporação local, os incidentes no final do jogo entre o Esmoriz e o Gondomar envolveram «agentes da GNR e ainda 14 homens e quatro viaturas dos Bombeiros de Esmoriz», que «em breves minutos tomaram as rédeas da situação».
«O aparato humano era muito», explicam os bombeiros em comunicado, «porque o jogo havia terminado há minutos e o público ainda se encontrava a sair do recinto quando tudo aconteceu».
A Lusa tentou ouvir o Sporting Clube de Esmoriz, mas sem sucesso.
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