Pedro Proença, candidato à presidência da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), defende um modelo rendimento mínimo garantido para os clubes da II liga, que possa garantir receitas anuais de 500 mil euros a cada emblema.
O antigo árbitro internacional considera que esse patamar de receitas para os clubes do segundo escalão português pode ser atingido "sem grandes dificuldades".
"Defendo a criação de ‘naming’ para a competição através de um patrocinador, conseguir que os direitos televisivos cheguem aos 300 mil euros para cada clube, reduzir os gastos com arbitragem que permita ao futebol da II Liga ser mais barato para os clubes e resgatar junto da FPF [Federação Portuguesa de Futebol] uma verba pela formação dos jogadores portugueses", preconizou Pedro Proença, em entrevista à agência Lusa.
O candidato considera que qualquer outro modelo, nomeadamente o de investimento chinês no campeonato como tem sido veiculado como uma das soluções do outro candidato Luís Duque, "terá dificuldade em ser implementando".
"Esses modelos que se tem falado estão sobre a alçada da FIFA e da Interpol, nomeadamente na questão combinação de resultados, penso que haverá formas alternativas para criar sustentabilidade", apontou.
Sobre a questão das apostas desportivas online, Pedro Proença considera que "podem ser boas fontes de rendimento", mas lembra que as mesmas "têm de ser muito bem reguladas e regulamentadas".
"A viciação de resultados é um grande ‘cancro’ do futebol mundial. Temos exemplos em outros campeonatos, com investidores duvidosos, que podem por em causas as competições e a verdade desportiva. Temos de ter muito cuidado com os novos mercados emergentes", avisou.
Confrontado com o passivo da LPFP, avaliado em sete milhões de euros, Pedro Proença não vê contornos intimidatórios nessa cifra, acreditando que pode inverter a situação.
"Profissionalmente desempenho funções de administrador de insolvências, e, por inerência dessa função, estou habituado a trabalhar com empresas em grandes dificuldades, esse é um dos grandes tónicos da minha motivação para este cargo", partilhou com Lusa.
Natural de Lisboa, o ex-árbitro não considera um problema que, caso seja eleito, se tenha de desdobrar entre a sua cidade natal e sede da LPFP, localizada no Porto, garantindo ter o apoio da família.
"Já na minha vida desportiva e profissional estava habituado andar sempre com a mala na mão. É um estilo de vida em que me sinto bem e sei que a minha família está preparada para isso", garantiu.
Pedro Proença vai terça-feira a votos para um mandato de quatro anos presidência da LPFP tendo como adversário eleitoral Luís Duque, que nos últimos oito meses liderou a Comissão Executiva do Organismo.
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