O Varzim está a apostar na formação de jogadores oriundos da China, tendo recebido, esta semana, quatro futebolistas oriundos daquele país, confirmou o diretor-geral do clube poveiro, Nuno Ribeiro.
Zhou Dadi, com 16 anos, Xiao Yufeng e He Jie, ambos com 17 anos e ainda Chu Jinzhao, com 19 anos, já estão a trabalhar com as formações de juvenis e juniores, sendo que apenas este último pode ser inscrito oficialmente, porque é o único maior de idade.
Estes atletas estão em Portugal ao abrigo de um protocolo celebrado entre Varzim e a empresa promotora do Programa de Desenvolvimento do Futebol Chinês.
Segundo Nuno Ribeiro, este acordo estabelece «contrapartidas para o Varzim» que, por seu lado, assume a «responsabilidade de formar futebolisticamente os jogadores».
O responsável dos “alvinegros” explicou ainda que a empresa promotora, juntamente com a Federação Portuguesa de Futebol e a Associação Chinesa de Futebol, está a tentar obter as autorizações necessárias da FIFA «para que os atletas chineses, menores de idade, possam também ser inscritos».
Recentemente, o Varzim já tinha assinado com o médio Hu Jun, que jogava no Qingdao Jonoo FC, equipa que milita na primeira liga chinesa.
Em relação a este atleta, o clube poveiro, que milita na zona norte da II divisão, aguarda apenas a chegada do certificado internacional para que possa fazer parte da lista de opções do treinador Dito para o jogo de domingo frente à Oliveirense.
O Varzim recebe uma comparticipação financeira por ter os quatro jovens a treinar na Póvoa de Varzim, sendo que, em relação ao sénior, ficou acordado o clube poveiro «ficar com 80 por cento do passe do jogador, dando ao seu clube chinês de origem 20 por cento».
A acompanhar estes quatro atletas está o treinador Qu Wenbo, que, além de ter «um papel fundamental na integração destes jovens no clube», está a «investir na sua carreira como treinador», trabalhando com Tozé Pereira, o atual técnico dos juniores, explicou ainda Nuno Ribeiro.
Em relação às despesas de alojamento, alimentação e estadia estão a ser pagas pela Associação Chinesa de Futebol.
Entretanto, o presidente do clube poveiro, Lopes de Castro, avançou à Lusa que a vinda destes quatro atletas foi o resultado de uma viagem que fez à China «há cerca de três anos», altura em foram encetados alguns contactos.
O dirigente explicou ainda que, nos últimos anos, o clube poveiro tem tido «reuniões com a empresa chinesa que representa os jogadores, mas só agora foi possível formalizar este acordo da formação», que envolve a Federação Chinesa e conta com a anuência da Federação Portuguesa de Futebol.
Estes contratos são renováveis no final de época, sem compromissos para ambas as partes, sendo que o Varzim apenas exigiu «a presença de um treinador que pudesse também desempenhar o papel de tradutor», especificou o dirigente.
A verdade é que a Póvoa de Varzim e também a cidade vizinha de Vila do Conde têm a residir uma das maiores comunidades chineses a nível nacional, mas os jovens orientais «não se interessam muito por futebol», lamentou Lopes de Castro.
Por isso, a vinda de jogadores chineses para Portugal poderá ser um fator de «motivação para que os chineses que vivem cá se aproximem do nosso clube».
Apesar de reconhecer que, na China, «um jogador de futebol aufere um vencimento muito superior ao que é pago em Portugal», Lopes de Castro vê este mercado como uma oportunidade que, no futuro, «poderá dar frutos».
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