O Governo brasileiro indicou na segunda-feira que ainda negocia a realização da Copa América em futebol no país e estabeleceu condições para sediar o evento desportivo, como a vacinação de todas as equipas e ausência de público.
"Ainda não tem nada certo, quero pontuar de forma bem clara. Estamos no meio do processo. Mas não nos vamos furtar a uma demanda, caso seja possível atender", declarou o ministro da Casa Civil brasileiro, Luiz Eduardo Ramos, em conferência de imprensa, em Brasília.
Horas antes, a Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL) tinha anunciado que a organização da Copa América, que arranca em 13 de junho, foi atribuída ao Brasil, após a desistência da Argentina devido à covid-19.
O ministro antecipou que hoje o Governo, presidido por Jair Bolsonaro, terá uma "posição final" sobre se o Brasil será a nova e única sede da Copa América, que inicialmente seria disputada na Colômbia e na Argentina.
No entanto, o governante deu a entender que a administração de Bolsonaro é favorável à realização do torneio no Brasil, onde a pandemia continua descontrolada e onde se aproxima do meio milhão de mortos, com uma média diária de 2.000 óbitos.
Ramos destacou que a Copa América é um "evento privado" e rejeitou a onda de críticas geradas pelo anúncio da CONMEBOL, de que o Brasil acolheria o torneio, embora reconheça a situação "difícil" que o país vive devido à pandemia.
O ministro estabeleceu uma série de condições para sediar a disputa, entre elas a ausência de público nos estádios e a vacinação prévia de todas as equipas participantes.
“É importante ressaltar que este evento, se for realizado, não terá público. No momento, são, no máximo, 10 equipes”, divididas em dois grupos e “65 pessoas para cada delegação, todas vacinadas", frisou o responsável pela Casa Civil.
“Não há um documento assinado, apenas essas negociações”, completou, para depois insistir que vários torneios de futebol já ocorrem em território brasileiro sem causar tanta comoção.
Ramos não revelou quais seriam as cidades que receberiam os jogos da Copa América, o que, segundo o governante, "será da responsabilidade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF)", que terá de negociar com os estados e municípios.
“Vou fazer umas chamadas com a CBF, estamos a verificar detalhes”, completou.
O estado de Pernambuco já se posicionou contra os jogos, mas São Paulo, Bahia ou o Distrito Federal não se opõem a receber o torneio, desde que sejam cumpridas as normas sanitárias em vigor nas referidas regiões.
A CONMEBOL anunciou na segunda-feira o Brasil como a nova e única sede do torneio de futebol, que já foi adiado no ano passado devido à pandemia.
A entidade agradeceu ao presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que nega a gravidade da covid-19, por "abrir as portas" do país para a Copa América, que está prevista para começar no dia 13 de junho.
Setores de esquerda, algumas vozes de centro-direita e vários especialistas em saúde rejeitaram a realização da Copa América no Brasil, que nas últimas semanas vive um aumento nas infeções por coronavírus.
O Brasil, um dos países mais afetados pela pandemia em todo o mundo, totaliza 462.791 óbitos e 16.545.554 infeções pelo novo coronavírus.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.543.125 mortos no mundo, resultantes de mais de 170,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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