Um magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro pediu hoje ao Presidente, Jair Bolsonaro, explicações sobre a decisão de a Copa América ser disputada no país, num momento em que especialistas alertam para uma terceira vaga da pandemia.
“Considerando a importância do tema e da emergência de saúde pública derivada do surto do coronavírus, assim como a urgência que o caso exige, solicita-se informações prévias ao Presidente da República no prazo legal”, afirmou o juiz Ricardo Lewandowski na sua decisão.
A decisão de que o Brasil seja sede do torneio tem sido fortemente criticada por diversos setores políticos e especialistas em saúde devido ao recrudescimento das infeções que o país atravessa nas últimas semanas e à possibilidade de uma terceira vaga da pandemia em breve.
Na tentativa de impedir a organização do torneio no Brasil, o Partido dos Trabalhadores (PT), formação política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, encaminhou um pedido de tutela ao Supremo Tribunal, tendo sido nomeado instrutor do caso o juiz Lewandowski.
Embora o Governo não tenha confirmado oficialmente a organização da competição de futebol, hoje, em conversa com simpatizantes em frente ao palácio presidencial da Alvorada, Bolsonaro disse que, se depender de si e do seu Governo, “haverá Copa América no Brasil".
O Presidente minimizou o impacto que a Copa América poderá ter em relação à crise de saúde causada pelo novo coronavírus, que no Brasil já matou mais de 462 mil pessoas e continua fora de control0.
“Há a Copa Libertadores, há a Copa da América do Sul, agora vêm (os jogos) das eliminatórias regionais” para o Mundial do Catar, disse Bolsonaro em relação a torneios que já se disputam há meses.
A Copa América foi confirmada no Brasil na segunda-feira pela Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL), depois de a Colômbia e Argentina terem desistido de organizá-la.
O Brasil, um dos países mais afetados pela pandemia em todo o mundo, totaliza 462.791 óbitos e 16.545.554 infeções pelo novo coronavírus.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.551.488 mortos no mundo, resultantes de mais de 170,6 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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