O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) admitiu esta terça-feira que era difícil contar com ‘juízes’ lusos na fase final do Euro2016, não pela falta de qualidade, mas pela ausência de estratégia na gestão de carreiras.
“O que a UEFA tem em conta para estas designações é o grupo que os árbitros ocupam. Estes saem do grupo de elite, no qual não temos nenhum desde a saída do Pedro Proença e do Olegário Benquerença. Tivemos alguma esperança que o Artur Soares Dias ou o Jorge Sousa pudessem chegar ao grupo de elite, na última semana, mas, não tendo acontecido, seria muito difícil ter algum português na fase final, daí não considerar uma deceção”, afirmou José Fontelas Gomes à agência Lusa, reagindo à designação dos 18 ‘juízes’ escolhidos pela UEFA.
Portugal voltou a ficar sem árbitros numa fase final de um Campeonato da Europa, tal como em 2008, depois de Pedro Proença ter estado em 2012, ano em que arbitrou a final do torneio.
Antes, já tinham estado presentes e Lucílio Baptista (2004), Vítor Pereira (2000), Rosa Santos (1988) e António Garrido (1980).
“A arbitragem portuguesa nunca poderia ter chegado a este ponto, é um trabalho que deveria ter sido feito de forma diferente nos últimos dez anos, para termos sempre, todos os anos, árbitros em condições de poder integrar os grupos cimeiros da UEFA”, referiu o presidente da APAF.
José Fontelas Gomes excluiu Jorge Sousa, de 40 anos, dos potenciais candidatos lusos a uma presença no Mundial2018, considerando que Artur Soares Dias, de 36, “deve ser a esperança”.
“Digo isto por causa da idade e não pela qualidade, porque qualidade temos e temos tido provas disso, com as nomeações internacionais”, frisou.
José Fontelas Gomes considerou “quase obrigatória” a aposta nos jovens árbitros, para que as possibilidades de nomeação internacional não sejam tão reduzidas no futuro, fruto de “alguma falta de gestão de carreiras internacionais”, advertindo que esta opção “só dará frutos nos próximos anos”.
O presidente da APAF admitiu que as constantes críticas à arbitragem portuguesa não favorecem, sem considerar que tenham sido decisivas para esta ausência.
“Obviamente nenhuma má publicidade é boa. Mas, em termos internacionais, o que conta é a qualidade e os desempenhos das equipas de arbitragem e isso tem sido bom, há que fazer alguma promoção dos nossos árbitros junto de quem dirige a arbitragem internacional. Falta-nos alguma estratégia de gestão de carreiras internacionais”, rematou.
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