O futebolista do Bayern Munique Thomas Müller mostrou hoje o seu descontentamento com o afastamento da seleção alemã, anunciado na terça-feira pelo técnico Joachim Löw, criticando a "falta de consideração" da federação germânica.
"Quanto mais eu penso sobre isto, mais a maneira como tudo aconteceu me deixa irritado", lançou Müller numa mensagem de vídeo de dois minutos divulgada através das redes sociais.
O avançado de 29 anos, que conta já com 100 internacionalizações, considerou desajustada a forma como a notícia foi divulgada e tornada pública, dizendo ainda que não entende o caráter "definitivo" do seu afastamento.
Na terça-feira, Joachim Löw anunciou que vai deixar de contar com os jogadores Mats Hummels, Jérôme Boateng e Thomas Müller, todos campeões mundiais em 2014, sob o seu comando técnico, tendo viajado até Munique para comunicar pessoalmente essa decisão aos três jogadores do Bayern Munique.
"A decisão repentina do selecionador, obviamente, intrigou-me", atirou o atacante do campeão alemão, depois de admitir que dormiu sobre o assunto antes de assumir publicamente a sua revolta e de vincar que os três atletas em causa ainda estão em perfeitas condições para representar a 'mannschaft'.
Além do próprio jogador, também a direção do Bayern Munique criticou hoje o selecionador alemão de futebol, considerando "questionável" a altura escolhida por Joachim Löw para comunicar o fim da carreira internacional de três jogadores do clube bávaro.
“É questionável o momento e as circunstâncias do anúncio aos próprios jogadores e à opinião pública. Os jogadores foram informados poucos dias antes de um importante jogo frente ao Wolfsburgo, para o campeonato, e do jogo com o Liverpool, para a Liga dos Campeões. É uma situação que nos incomoda”, indica um comunicado assinado pelo presidente, Karl-Heinz Rummenigge, e o diretor desportivo, Hasan Salihamidzic.
Os três futebolistas participaram na conquista do Mundial2014, no Brasil, e estiveram também no Mundial2018, na Rússia, prova na qual a Alemanha foi afastada na fase de grupos e registou a sua pior participação de sempre.
Desde setembro, devido à pressão de alguns maus resultados, Joachim Löw já prescindiu de Sami Khedira, e deixou de contar também com Mesut Özil, que anunciou o abandono da seleção, acusando a federação alemã de racismo, devido a uma polémica relacionada com a sua ascendência turca.
Dos campeões de 2014, apenas dois podem ser chamados à seleção: o guarda-redes do Bayern Munique Manuel Neuer e o médio do Real Madrid Tony Kroos.
A Alemanha inicia a qualificação para o Euro2020 em 24 de março, frente à Holanda, defrontando quatro dias antes a seleção da Sérvia, adversária de Portugal nesta fase, num encontro particular.
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