Rui Jorge disse sentir-se “mais do que preenchido” no comando técnico da seleção portuguesa de sub-21 de futebol, na qual se encontra desde 2011, tendo um relacionamento “excelente” com Roberto Martínez.
Durante o período de transição na seleção principal, entre a saída de Fernando Santos e a chegada do espanhol Roberto Martínez, o nome de Rui Jorge foi dos mais falados para a sucessão pela imprensa, mas tal não aconteceu, mantendo-se no comando dos sub-21.
“Vocês sempre souberam qual era a minha vontade. Falou-se de algumas situações, de facto, mas eu sempre tive muito presente o que gosto de fazer. Sinto-me mais do que preenchido aqui. Acredito que as pessoas, internamente, me valorizem por esta situação também e é isso que efetivamente me importa, e tem importado, ao longo destes anos todos. E que o ‘mister’ que está na nossa seleção principal saiba sempre que, aqui, terá alguém que lutará para que as coisas lhe corram pelo melhor”, afirmou, à agência Lusa.
Em entrevista realizada na Cidade do Futebol, em Oeiras, antes da partida da comitiva rumo à capital da Geórgia, para disputar o Campeonato Europeu de sub-21, Rui Jorge explicou de que forma o seu trabalho se tem complementado com o de Martínez.
“O relacionamento tem sido excelente. Para o tempo que está aqui, acho que o ‘mister’ Roberto Martínez já tem um conhecimento muito grande dos futebolistas que estão no espaço de sub-21, mas [os jogadores] também sabem que é muito difícil ter um espaço lá em cima, porque a qualidade é enorme. Para nós, é importante que ele os conheça e que saiba com o que poderá contar dos que aqui estão. Portanto, acho que faz parte de uma estrutura que funciona como deve funcionar”, apontou o antigo defesa esquerdo.
Nessa complementaridade direta, destacam-se os nomes de Gonçalo Inácio, Vitinha ou Gonçalo Ramos, que fizeram parte da fase de apuramento e que, agora, são presenças nos AA, lamentando as lesões de João Mário, Tomás Tavares, Tiago Djaló e David Costa.
Por outro lado, na lista final para o Europeu destaca-se a chamada inédita do médio do Benfica João Neves: “O João fez um belíssimo final de temporada, a um nível muito alto e com jogos de elevado nível de stress. Mereceu estar aqui e, a partir do momento em que está dentro do grupo, é mais um jogador para nos ajudar”, considerou o treinador.
Sobre algumas ausências por opção, Rui Jorge explicou: “Custa-me quando um jogador vem, faz o que se pede, tenta fazer o melhor que consegue, integra-se da melhor forma no grupo, tem bom espírito e tudo o que queremos e, depois, não é chamado. Custa-lhes muito a eles, não tenho a mínima dúvida, mas custa muito ao treinador também”.
Para tomar essas ‘duras’ decisões, Rui Jorge, de 50 anos, tem em conta alguns aspetos no momento de elaborar a convocatória final, nomeadamente a relação entre atletas, o estilo de jogo, a complementaridade, quem ainda segue para o próximo apuramento ou a polivalência, sem estabelecer diferenças entre contexto nacional ou internacional.
“Tudo isso são situações em que nós temos de fazer um equilíbrio. Às vezes, estamos indecisos entre um jogador e outro e há um desses fatores que pesa mais ou então que valorizamos mais, pois sentimos necessidade. É uma situação um pouco mais complexa do que tirar um jogador e meter um jogador. Não é assim”, frisou o técnico, de 50 anos.
A 24.ª edição do campeonato da Europa de sub-21 vai ser disputada em três cidades da Geórgia e duas da Roménia, de quarta-feira a 08 de julho, com Portugal em busca do seu primeiro êxito nesta categoria, após as derrotas nas finais de 1994, 2015 e 2021.
A equipa das ‘quinas’ cumprirá os três desafios do Grupo A na capital georgiana, Tbilissi, sempre pelas 20:00 locais (17:00 em Lisboa), frente aos estreantes anfitriões (na quarta-feira), aos Países Baixos, campeões em 2006 e 2007 (no sábado), e à Bélgica (27 de junho).
Portugal precisa de terminar numa das duas primeiras posições da ‘poule’ para aceder à fase seguinte do Europeu de sub-21, que reúne 16 finalistas pela segunda vez seguida e cuja decisão está prevista para 08 de julho, na Adjarabet Arena, em Batumi, Geórgia.
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