O encontro de Portugal diante da Bélgica, na terça-feira, da derradeira jornada do Europeu de futebol de sub-21, “ficará no meio” da tendência das partidas com Geórgia (0-2) e Países Baixos (1-1), anteviu hoje o selecionador Rui Jorge.

“O primeiro jogo foi claramente dentro daquilo que é o nosso normal. Houve mais posse de bola e domínio em termos territoriais e jogámos mais subidos no último terço. Quanto ao segundo, foi uma anormalidade em relação à nossa maneira de jogar. Nestes últimos quatro anos, creio que só a Espanha nos terá obrigado a ter tão pouca bola como se viu agora neste jogo [com os Países Baixos]”, frisou o técnico, em conferência de imprensa.

Portugal decide a sua continuidade no Europeu de sub-21 na terça-feira, ao medir forças com a Bélgica, às 20:00 locais (17:00 em Lisboa), no Estádio Mikheil Meskhi, em Tbilisi.

“Penso que poderíamos ter estado melhores quando recuperávamos a bola. É certo que os Países Baixos fizeram uma boa pressão alta, mas temos qualidade para mais. Agora, nós e a Bélgica somos duas boas seleções, que têm capacidade para gerar perigo nas equipas adversárias. Vai ser um jogo muito interessante e ambas têm de vencer”, notou.

Os vice-campeões em título somam apenas um ponto e estão na quarta e última posição do Grupo A, que prossegue em aberto e é surpreendentemente comandado pela anfitriã Geórgia, com quatro, ao passo que os Países Baixos e a Bélgica têm dois pontos cada.

“Devemos ter muito cuidado com a profundidade defensiva, atendendo à velocidade dos jogadores belgas. Em termos ofensivos, precisamos de ter melhor qualidade com bola e aproveitar bastante o jogo interior para criar dificuldades ao adversário”, referiu Rui Jorge, cujas opções voltam a ter o defesa central Tomás Araújo, suspenso na jornada anterior.

Os dois primeiros classificados acedem aos quartos de final do Europeu de sub-21, pelo que Portugal, que foi finalista derrotado nas edições de 1994, 2015 e 2021, necessita de derrotar a Bélgica e esperar também que os georgianos pontuem ante os neerlandeses.

“Se a Geórgia colocará problemas aos Países Baixos? Pode colocar. Eles começaram a perder por 2-0 com a Bélgica e o resultado poderia ter sido dilatado, mas, na verdade, tal não aconteceu e acabaram por equilibrar a partida e empatar [2-2]. Agora, não sabemos. Por vezes, independentemente da valia do adversário, os jogos tornam-se mais fáceis ou mais difíceis em função das circunstâncias. Não gosto de fazer futurologia”, reconheceu.

Portugal sujeita-se, assim, a repetir as ‘quedas’ de 2002, 2006, 2007 e 2017 na fase de grupos, que foi implementada a partir de 2000, podendo também comprometer a luta por uma das três vagas para o torneio de futebol masculino dos Jogos Olímpicos Paris2024.

“É claro que temos qualidade, mas há que prová-la e não o temos feito a 100%. Quando me falam em favoritos ou candidatos, eu peso muita coisa e englobo todas as qualidades que uma equipa deve ter. A Geórgia é uma equipa de características distintas e não está ao nível das outras na qualidade individual, mas nunca a coloquei fora de absolutamente nada. Sabia que teríamos dificuldades [na ronda inaugural] e não foi surpresa para mim, mas o que realmente se passou foi sermos incapazes de criar algo”, agregou Rui Jorge.