Michel François Platini nasceu em Jœuf, a 21 de junho de 1955 e é um dos maiores futebolistas franceses de todos os tempos, brilhando a grande altura no EURO'84, jogado em França, no qual foi decisivo para a conquista do primeiro grande troféu de seleções dos 'Les Bleus'.

Considerado um dos maiores jogadores da história do futebol mundial, Platini era um verdadeiro maestro no relvado, jogando do meio-campo para a frente sempre de cabeça levantada, com uma visão de jogo ímpar, finalizava bem e era exímio na cobrança de lances de bola parada, o que lhe permitia marcar muitos golos, mesmo não sendo um avançado.

Primeiros toques de génio no Nancy e estreia pela seleção

Descendente de italianos e desde sempre ligado ao futebol através do seu pai, Platini começou a dar os primeiros pontapés na bola aos 11 anos de idade, na equipa da sua cidade natal, Joeuf. Despertou, depois, a atenção do Metz, que acabou por não o contratar por encontrar nele problemas físicos. Quem aproveitou foi o Nancy, por quem Platini acabaria por se estrear como jogador sénior, aos 17 anos, na segunda divisão do futebol francês.

Foi, depois, preponderante na subia ao escalão principal, em 1975, e ajudou o Nancy a conquistar a Taça de França em 1978. Em sete temporadas no clube marcou 127 golos em 217 jogos. Impressionante, para um jogador que alinhava como médio.

Pelo meio veio a estreia pela seleção principal de França, em 1976, antes de marcar presença no Mundial'78, onde Platini até marcou um golo, mas a França não foi além da fase de grupos.

Campeão em França, rumo ao estrelato na Juventus e no EURO'84

Um ano após esse Mundial, Paltini, então já visto como o melhor jogador francês da atualidade, optou por se transferir para o Saint-Étienne, apesar da cobiça de outros clubes, como Marselha, Paris Saint-Germain ou Inter de Milão. Pelo Saint-Étienne sagrou-se campeão gaulês em 1981 e em 1982 participou no seu segundo Mundial (a França falhou a presença no EURO'80). Aí, com Platini já como capitão e a marcar mais um golo, a França atingiu as meias-finais, onde foi afastada de forma polémica pela Alemanha.

Considerado como uma das estrelas do futebol europeu, rumou no Verão de 1982 à Juventus, para alinhar ao lado de outras estrelas, como Zoff, Gentille, Tardelli ou Paolo Rossi. Foi o melhor marcador da Serie A logo na primeira época, mas a Juve deixou fugir o título para a Roma, apesar de ter vencido a sua primeira Bola de Ouro. A afirmação definitiva chegou no ano seguinte, 1984. Conquistou o seu primeiro Scudetto, sagrou-se novamente melhor marcador da Serie A, venceu a Taça UEFA (triunfo sobre o FC Porto na final) e guiou viveu o ponto mais alto da sua carreira no EURO'84.

Com a França como anfitriã e a apresentar um elenco de jogadores notável, onde para além dele figuravam nomes como Tigana ou Girésse, Platini brilhou a grande altura e guiou o seu país à glória.  Marcou nove golos, registo que continua a ser um recorde numa só edição da prova (nenhum outro jogador marcou mais do que seis). Faturou em todos os jogos, apontando hat-tricks frente a Bélgica e Jugoslávia e sendo igualmente decisivo na vitória sobre Portugal, nas meias-finais, e sobre a Espanha, na final. Com toda a naturalidade, voltou a vencer a Bola de Ouro em 1984.

Fim da carreira e brilho ofuscado pela polémica como presidente da UEFA

Por essa altura Platini tinha 29 anos e a sua carreira não iria durante muito mais tempo. A terceira Bola de Ouro consecutiva chegou em 1985, depois de ajudar a Juventus a ganhar a Taça dos Campeões (frente ao Liverpool, na trágica final de Heysel) e de pelo terceiro ano seguido se sagrar melhor marcador da Serie A. A Juventus conquistou mais um título de campeã de Itália em 1985/86 e nesse verão as expetativas eram grandes para a participação da França no Mundial, o terceiro em que Platini marcou presença.

Uma vez mais como capitão e líder da equipa, foi crescendo de forma progressivamente, sendo decisivo nos triunfos sobre Itália e Brasil (em dia do seu 31.º aniversário), nos oitavos e quartos de final, respetivamente, mas uma vez mais os Les Bleus caíram nas meias-finais, aos pés da Alemanha. Pouco tempo depois, Platini disse adeus à seleção, na altura como o melhor marcador de sempre com a camisola do seu país.

O adeus aos relvados também não tardaria muito mais. Foi no fim temporada 1986/87, com apenas 32 anos, com a camisola da Juventus, que depois estaria largos anos sem voltar a festejar o título em Itália. Quanto a Platini, viria a assumir pouco depois o cargo de selecionador da França, sem grande sucesso (não enveredando por uma carreira como treinador), e veria depois a sua imagem manchada por um escândalo de corrupção enquanto presidente da UEFA.