A Inglaterra esperou mais de meio século por este dia, mas para o futebol ‘regressar a casa’ ainda é preciso vencer no domingo a consagrada Itália, numa final do Euro2020 que promete, no ‘mítico’ Wembley.
Com 60.000 espetadores nas bancadas, como que a ‘desafiar’ a pandemia da covid-19, pelo menos por 90 ou 120 minutos, o que se espera é uma grande festa, ‘regada’ com um bom jogo, entre duas seleções que, pelo trajeto, merecem poder suceder a Portugal.
As duas equipas venceram cinco de seis jogos, com a Inglaterra a ceder um ‘nulo’ perante a vizinha Escócia, na fase de grupos, e a Itália a desenvencilhar-se da Espanha - que também merecia a final - apenas nos penáltis, nas meias-finais.
Os transalpinos ainda jogaram um outro prolongamento, nos ‘oitavos’, para superar a Áustria, e os ingleses só selaram a primeira presença na final de um Europeu em tempo extra, face a uma Dinamarca em que todos honraram Christian Eriksen.
Às duas equipas falta agora um último ‘passo’, que para a Inglaterra seria, inquestionavelmente, ‘gigantesco’, uma vez que, depois de muitos anos de frustrações, a seleção dos ‘três leões’ pode, finalmente, repetir a façanha do Mundial de 1966.
Há 55 anos, mais precisamente em 30 de julho, no Mundial que consagrou Eusébio (melhor marcador, com nove golos), os ingleses arrebataram o cetro, ao bateram na final a RFA, por 4-2, após prolongamento e com polémica num dos três tentos de Geoff Hurst.
Depois disso, nem uma final para amostra, algo que o ‘onze’ de Gareth Southgate - o único que falhou um penálti com a Alemanha na ‘lotaria’ das ‘meias’ do Euro1996 - já conseguiu, pelo que o futebol está quase a voltar para casa, como cantam os ingleses.
Do outro lado está, porém, a Itália, um ‘monstro’, a segunda seleção mais galardoada da Europa – só perdendo para a Alemanha -, com cinco grandes títulos, em nove finais, e um conjunto que, com Roberto Mancini, é, claramente, de ‘tração’ à frente, embora mantendo uma grande consistência defensiva.
A ‘squadra azzurra’ tem um palmarés ‘gigante’ pelos quatro títulos mundiais, em 1934, 1938, 1982 e 2006, mas, no ‘velho continente’ só venceu uma vez, há mais de meio século, em 1968, tendo perdido, depois, as finais de 2000 e 2012 - também foi duas vezes vice-campeã mundial (1970 e 1994).
Pelo que as duas equipas mostraram até agora, nenhuma quererá ficar à espera, especular, ‘estacionar’ atrás a aguardar pelo erro do adversário, a menos que seja obrigada a isso pela outra, como aconteceu à Itália em grande parte do jogo face à Espanha.
Assim, a expectativa é que se possa assistir a um bom espetáculo, com golos, mesmo tendo em conta que os italianos só sofreram três, em 600 minutos, e os ingleses apenas um - o livre direto de Damsgaard, ‘disfarçado’ de Eriksen -, em 570.
O balanço dos golos das duas equipas é idêntico, pois os transalpinos marcaram 12, muito divididos – Immobile, Chiesa, Insigne, Locatelli e Pessina somam todos dois -, contra 10 dos ingleses, incluindo quatro de Kane e três de Sterling.
Quanto aos ‘onzes’, é quase certo que a Inglaterra não vai sair do seu ‘4-2-3-1’ – do qual só abdicou nos ‘quartos’, para encaixar no ‘3-4-3’ da Alemanha, que bateu por 2-0 -, nem a Itália do ‘4-3-3’ que utilizou durante toda a prova.
Os transalpinos têm uma baixa de peso, em Spinazzola, que se lesionou com gravidade (tendão de Aquiles) no jogo dos quartos de final com a Bélgica (2-1) e já não atuou nas ‘meias’, face à Espanha, sendo, porém, substituído à altura por Emerson.
De resto, os dois conjuntos deverão apresentar-se na máxima força e sem grandes alterações em relação às ‘meias’, nomeadamente na Itália, pois Southgate pode voltar a mexer no trio de apoio a Kane, com Saka a poder ser o sacrificado.
O encontro entre Inglaterra, que pode entrar para a história como a 11.ª seleção a vencer o Europeu, e a Itália, em busca de se tornar a quarta a chegar aos dois cetros, está marcado para domingo, às 20:00, no Estádio de Wembley, em Londres.
No ‘apito’, vai estar o holandês Bjorn Kuipers, de 48 anos, que também é um garante de qualidade, com experiência de várias finais no currículo, na Liga dos Campeões, Liga Europa, Taça das Confederações, Supertaça Europeia e Mundial de sub-20.
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