Paulo Futre considera que a diferença entre a seleção portuguesa de futebol do Mundial2014 e do Euro2016 reside no meio-campo e acredita que Portugal pode ser campeão da Europa se Cristiano Ronaldo “estiver bem”.
“Se virmos, no último Mundial, no Brasil, que foi um fracasso e uma deceção para os portugueses, tínhamos um problema grave no meio-campo, que é o motor de uma equipa”, disse Paulo Futre, em entrevista à Agência Lusa, ao abordar a participação da seleção nacional no próximo Europeu, que se inicia a 10 de junho, em França.
Segundo Futre, essa foi a razão pela qual Fernando Santos foi buscar Tiago, que foi “crucial para equilibrar a equipa”, porque, “além da qualidade que tem, é um líder”, ao mesmo tempo que emergiram novos valores com potencial, alguns dos quais passou a tecer rasgados elogios.
A começar por João Mário: “Para mim, tem de jogar sempre, foi o jogador mais importante do campeonato português, junto do Jonas, do Benfica. Se não parar de crescer, dentro de dois anos é o único jogador a atuar na Europa para substituir o Iniesta, no FC Barcelona. Com a qualidade e a inteligência de jogo que tem, é o substituto natural de Iniesta.”
Em relação a Renato Sanches, considerou-o uma “potência fora do normal, em termos físicos”, que “sabe jogar”, mas que “tem de aprender algumas coisas, o que é normal para um jovem de 18 anos”.
“Entrou num momento mau do Benfica, frente ao Astana, e a equipa não parou de crescer a partir daí. Sozinho levou o Benfica às costas. Os responsáveis do Bayern não são estúpidos, não o contrataram por um só jogo, analisaram bem o que fez ao longo do campeonato e até onde ele pode chegar, o seu potencial de crescimento”, disse Futre, para quem Renato Sanches é um “diamante em bruto, que apareceu há seis meses e partiu isto tudo”.
O antigo 'craque' português estendeu os elogios aos outros médios escolhidos por Fernando Santos: “O William já tinha ido ao Mundial, no Brasil, mas cresceu muito desde aí, o Adrien cresceu uma barbaridade nos últimos tempos, o mesmo sucedeu com o André Gomes, que foi para o Valência. E depois há ainda o Danilo e o ‘mestre’ Moutinho.”
Na defesa, além de destacar a grande experiência e a importância de Ricardo Carvalho, não poupou elogios ao jovem lateral-esquerdo Raphael Guerreiro: “Só acho estranho que ainda esteja no Lorient, pelo que tem feito. Por que é que nenhum clube português, ou estrangeiro, o foi buscar. Laterais-esquerdos são raros no mercado. Tem condições incríveis e está preparadíssimo para entrar num grande clube. Porque é que o Paris Saint-Germain não o vem buscar? Para mim, já é superior ao Maxwell.”
Quanto ao ataque, confessou-se “curioso para ver Quaresma ou Nani a jogarem soltos, sem muitas responsabilidades defensivas, ao lado do Cristiano Ronaldo", e convicto de que, se este “estiver bem” no Euro2016, Portugal “pode ser campeão europeu”.
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