Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, concedeu, esta sexta-feira, uma extensa entrevista ao jornal O Jogo, onde aborda diversos temas, entre eles a capacidade de organização de Portugal e o calendário cada vez mais preenchido com as novas competições.
Portugal foi o país escolhido para acolher fase final da primeira edição da Liga das Nações. Ceferin garante que não teve dúvidas sobre esta escolha: "Como tínhamos boas experiências com o país, desde o Euro'2004, passando por uma final da Ligados Campeões, sabíamos que organizam bem seja o que for, por isso pareceu-nos uma boa escolha", disse o esloveno, deixando ainda a garantia de que mais competições serão organizadas em Portugal no futuro.
O recentemente reeleito presidente da UEFA destacou ainda a boa relação que mantém com os dirigentes portugueses, em especial com Fernando Gomes e Tiago Craveiro, Presidente e diretor-geral da FPF, respetivamente: "Temos a mesma visão do futebol e uma visão bastante parecida da vida. Não sei por que razão há esta ligação a Portugal e pode parecer estranho, mas vejo algumas ligações entre os eslovenos e os portugueses."
Calendário das competições e críticas a Infantino
Ceferin falou ainda na mesma entrevista ao jornal O Jogo do calendário de jogos cada vez mais apertado, ele que no seu mandato lançou a Liga das Nações e aprovou outra competição, a Liga Europa 2.
"O calendário está absolutamente no limite. Temos de pensar nisso, mas as novas competições não mudam o calendário, porque deixámos de jogar amigáveis e passámos a jogar a Liga das Nações; e os clubes que antes não jogavam na Europa passam a jogar, nas mesmas datas. Não mudámos o calendário", atirou o esloveno.
O presidente da UEFA apontou ainda o dedo a Gianni infantino, presidente da FIFA, pelas recentes propostas de remodelação do futebol mundial: "Apareceu com uma ideia que apresentou desta maneira: tenho um investidor, um fundo, que quer organizar um mundial de clubes e uma liga das nações global e é muito dinheiro. OK, que fundo é esse? Não posso dizer, porque assinei um acordo de confidencialidade".
"Nesse caso, disse-lhe eu, nós não apoiamos. Nunca mais aconteceu nada. Até agora, não tive mais qualquer informação sobre o tema. Ligas europeias, clubes e a UEFA decidiram, entretanto, de forma unívoca, que se tentarem forçar-nos ou contornar-nos não participaremos em qualquer dessas competições. Porque, com todo o respeito, quando não temos uma competição séria na nossa confederação, aceitamos tudo, mas quando temos uma competição séria, quando temos um calendários tão cheio como o nosso, não podemos aceitar qualquer prova que nos proponham", avisou.
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