Em abril de 2019, Antunes sofreu uma grave lesão em Valladolid, que o deixou oito meses longe dos relvados. O defesa do Getafe regressou à competição no passado mês de dezembro, precisamente frente ao Valladolid. Agora, numa entrevista ao jornal A Bola, o internacional português recorda a incidente e admite que gostaria de ter tido mais atenção, tanto do clube como da Federação Portuguesa de Futebol.
“Foi num lance em que estava sozinho, junto à linha lateral, ia fazer um passe em profundidade mas, quando cheguei à bola, os pitões da bota enterraram-se na relva e a perna direita ficou presa. Notei logo uma dor forte e um barulho no joelho. Era uma rotura dos ligamentos cruzados, a lesão mais temida pelos futebolistas”, começa por dizer.
O jogador revela que a recuperação aconteceu à custa de muitas lágrimas "de dor, impotência e desespero" mas também "de emoção" no dia em que regressou aos relvados. "Foi como se tivesse entrado pela primeira vez num campo de futebol, como se fosse a minha estreia como profissional, como se fosse uma criança a voltar ao seu parque preferido ou a estar de novo com o pai que há muito não via, uma emoção muito forte só comparável à que sinto quando visto a camisola da seleção", diz.
Olhando para trás, Antunes confessa alguma desilusão com a forma como foi tratado pelo Getafe. "A verdade é que permitiram que fosse tratar-me em Portugal mas, depois, nos três meses em que lá estive, não recebi uma única chamada. Depois de dois anos a defender como defendi a camisola do Getafe, de ter ficado na história por ter ajudado o clube a entrar na Liga Europa e de me ter lesionado ao seu serviço, julgo que talvez tivesse merecido um pouco mais de atenção", revela.
Questionado sobre se a Federação Portuguesa de Futebol demonstrou interesse pelo sucedido, Antunes admitiu: "Não muito... Curiosamente, quando estava em tratamento, fui fazer recuperação à piscina do hotel de Espinho onde estava a seleção que jogava no Porto para a Taça das Confederações. Tive então uma pequena conversa com um adjunto de Fernando Santos, perguntou-me como me sentia, como estava a decorrer o processo, mas pouco mais que isso."
"A impressão que tenho é que nem todos os jogadores que defendem a Seleção são tratados da mesma forma e isso é mau, se defendes a camisola do teu país uma ou cem vezes, tens direito a ser considerado de maneira idêntica. Essas diferenças notam-se, sobretudo, nas redes sociais, são pequenas coisas às quais não dou importância, mas que permitem ver que não se dá a mesma atenção a todos os jogadores que foram internacionais. Por exemplo, não felicitam uns no dia do aniversário, enquanto outros sim… É claro que o Ronaldo é o Ronaldo, merece ser diferenciado, mas todos defendemos a Seleção com todas as nossas forças", vinca.
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