O treinador do FC Barcelona afirmou hoje que “foi difícil” jogar perante um Nou Camp vazio, face ao Las Palmas (3-0), pois muitos dos seus futebolistas “tinham a cabeça noutro sítio e custou-lhes entrar em jogo”.
Ernesto Valverde admitiu que, pouco antes do encontro da sétima jornada da Liga Espanhola, ninguém no balneário sabia se haveria jogo, face aos acontecimentos na Catalunha, onde hoje se realizou um referendo pela independência não validado por Madrid, que esteve na origem de confrontos entre a polícia e a população.
“Desejávamos um dia calmo, mas não foi assim. Esperemos que tudo volte ao normal”, disse o técnico dos catalães, recordando, quando confrontado com a violência vivida nas ruas, a sua infância no País Basco: “Cresci num sítio com situações como esta”.
Toda a situação teve influência na forma com o FC Barcelona encarou o encontro: “Viu-se que, de início, não estávamos concentrados. Estranha-se tudo num estádio vazio. Na segunda parte, aos poucos, fomo-nos habituando”.
O encontro chegou empatado ao intervalo, mas, no reatamento, o ‘Barça’ resolveu com três golos, todos com participação do argentino Lionel Messi, que assistiu Sergio Busquets no primeiro (49 minutos) e depois ‘bisou’ (70 e 77).
“Não é normal viver uma situação como a de hoje. Todos temos consciência do que se passou hoje na Catalunha. Não vivemos num iglu”, afirmou Valverde, adiantando que o presidente do FC Barcelona falou como treinadores e jogadores antes do encontro.
Por seu lado, o internacional espanhol Sergio Busquets, autor do primeiro golo do encontro, também reconheceu as dificuldades de jogar perante um palco vazio.
“Não foi agradável jogar sem público. Estávamos a par do que estava a acontecer e equacionámos não jogar, mais isso, a nível desportivo, prejudicava-nos muito, pelo que achámos por bem jogar assim, sem público”, explicou.
Busquets afirmou que “afeta” estar pouco antes do encontro dependente de “coisas externas”, mas realçou, ainda assim, o triunfo, que começou a ‘escrever’.
“O importante é que voltámos a vencer, com uma boa segunda parte, pressionando e marcando golos. Quero sempre ajudar, mas não tenho o hábito de marcar golos. Ainda assim, é sempre motivo de alegria que alguém marque sem ser o Leo ou Luis Suárez”.
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