Depois de garantir o regresso aos campeonatos profissionais com a subida à II Liga, a União de Leiria quer liderar “o futebol da região centro” e chegar “ao mais alto patamar” da modalidade, afirmou o presidente da SAD.
“Agora, o principal objetivo é chegar ao mais alto patamar do futebol português, disso não tenho dúvidas absolutamente nenhumas. É para isso que trabalhamos todos os dias”, afirmou Armando Marques, em declarações à agência Lusa.
O responsável pela sociedade sublinhou que, apesar da ambição, “o entusiasmo tem de ser sempre contido”, com “a racionalidade do negócio e do investimento”.
Mas, o objetivo é continuar a caminhada para “liderar o futebol na região centro”, recolocando a União de Leiria onde já esteve, até há 11 anos, quando o projeto colapsou, entrando numa sucessão de fases conturbadas.
“Em setembro de 2020, quando aqui cheguei a União de Leiria estava um caos”, recordou, admitindo que a União de Leiria “estava mais próximo de acabar do que de continuar”.
Foi preciso “um trabalho duro, árduo”, para constituir uma equipa, “não só desportiva, mas também administrativa”, que permitisse a “credibilização da instituição”: “Cumprir com os fornecedores, com os seus jogadores, com os treinadores, com todos os funcionários”.
“Era um buraco enorme”, admitiu.
A primeira temporada da atual equipa de gestão serviu para essa reorganização e a promoção à II Liga esteve muito perto, com a Oliveirense a bater a União de Leiria nessa ‘corrida’.
“Honestamente, só recuperei no sábado [30 de abril] da desilusão, que foi grande no ano passado”, admitiu.
Conquistada a subida de divisão, há outro “título” de que a União de Leiria se pode orgulhar: o de ter reconquistado os adeptos. No jogo da subida, frente ao Sporting de Braga B, 22.197 espetadores bateram o recorde de assistência da Liga 3.
“É inquestionável que a população do concelho, do distrito e de toda esta região está connosco, porque nos visitam, porque vêm ver os jogos, porque perceberam que o futebol não pode ser os ‘onze’ contra ‘onze’, o discurso não pode ser só o futebolês”, diz o presidente da SAD leiriense.
Essa estratégia tem um responsável, aponta Armando Marques: “É uma aposta extremamente ganha de algo que o Nélio [Lucas] já vivenciou noutros mundos e noutros desportos, até. Ele esteve em grandes clubes, nos Estados Unidos, essencialmente, e é uma estratégia que ele ‘bebeu’ e que aplicou a esta realidade. Resultou na plenitude”.
Anteriormente ligado ao fundo Doyen Sports, segundo Armando Marques, Nélio Lucas conferiu um “‘upgrade’ que o futebol português devia olhar como um exemplo”, porque “conseguiu, essencialmente, com a sua teimosia, persistência e visão, que definitivamente Leiria esteja ao lado do clube”.
O empresário “é a face visível do investidor, o senhor Navdeep Singh”, investidor britânico de origem indiana, que detém 90% do capital da SAD, e que “está completamente sintonizado com o que está a ser feito”.
Esta época, os investidores gastaram em Leiria “alguns milhões de euros” que Armando Marques não especifica. Mas “o investimento forte”, não foi exclusivamente na equipa.
“No futebol, não perdemos a cabeça”, até porque foi necessário encontrar e requalificar um campo de treinos e suportar a estratégia de promoção e aproximação dos adeptos ao estádio, que recebeu nova imagem e programação com concertos e animação a acompanhar os jogos.
Armando Marques diz-se inequívoco que “[Navdeep Singh] vai apoiar e incentivar cada vez mais essa estratégia”, de União como “a bandeira de uma região”, mantendo uma imagem “credível e capaz de ser muito mais do que um clube de futebol”.
Quanto à próxima época, no regresso à II Liga, que disputou pela última vez em 2008/09 – depois da despromoção do principal escalão em 2011/12 - o presidente da SAD diz ser “cego, surdo e mudo”.
“Temos um jogo para ganhar hoje, com o Felgueiras, e uma final para disputar no dia 21 de maio [no Estádio Nacional, em Oeiras]. A partir do dia 21 de maio estamos cá para conversar”, concluiu.
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