O FC Noah defronta esta quinta-feira o Chelsea e não podia ter uma história mais curiosa. Foi criado de um projeto praticamente de raiz, com poucos adeptos, mas investimento suficiente para fazer a diferença no futebol arménio. 

Vão a Stamford Bridge diretamente da Arménia para defrontar os blues na Liga Conferência, depois de terem feito história ao entrarem na competição. Das 50 equipas presentes na primeira pré-eliminatória, os arménios foram os únicos a chegar ao “play-off”

O clube foi originalmente chamado de “Artsakh”, em 2017, mas viu o seu nome ser alterado em 2019. Já mudou de proprietários, de estádio e até de cidade mais do que uma vez, apesar de sua breve existência.

Em 2020, venceram a Taça da Arménia, mas nunca tinham conseguido o feito de fazerem parte de uma ronda europeia antes desta temporada.

Na época passada, terminaram na segunda posição do campeonato, a apenas dois pontos do campeão FC Pyunik. Agora, o FC Noah é liderado pelo português Rui Mota que foi uma escolha do empresário do clube, Vardges Vardanyan, que trouxe uma nova estrutura para o clube.

Só este verão, contrataram 16 jogadores, sendo que na primeira metade de 2024 já tinham adquirido outros três jogadores. Nenhum membro da equipa faz parte do clube há mais de dois anos.

O empresário Vardanyan assumiu o clube em agosto de 2023 e rapidamente começou a fazer mudanças estruturais. Em entrevista à BBC Sport, abordou o mercado de transferências relativamente às suas decisões.

“Durante a janela de transferências do verão, tomamos a decisão estratégica de reconstruir a equipa para a alinhar com os nossos ambiciosos objetivos. Começando com apenas nove jogadores em 17 de junho, trabalhamos incansavelmente para fortalecer o elenco, garantindo que estivesse pronto e competitivo para a Liga Conferência.

Para além disso, fez ainda questão de deixar bem explícitos quais são os objetivos do FC Noah.

“Este sucesso leva-nos a estabelecer objectivos ainda mais elevados, a continuar o nosso desenvolvimento e a cimentar o lugar de Noah entre os principais clubes do futebol europeu. Em última análise, o meu objetivo é contribuir para o crescimento do futebol arménio e construir um legado que sirva as gerações futuras”, referiu o empresário.

Sobre os investimentos, afirmou que o seu projeto pretende tornar o Noah num clube competitivo com o intuito de arrecadar troféus no futuro.

“Atualmente, os nossos investimentos e a atribuição de recursos não têm precedentes na história do futebol arménio. O meu objetivo a longo prazo com o Noah é criar um clube competitivo, com uma identidade distinta e uma presença no mapa do futebol europeu”.

Para além disso, tem reunido alguns apoios relativamente ao projeto iniciado no clube, como é o caso de Luís Figo. Pode parecer estranho por estar associado ao futebol arménio, mas a antiga estrela terá sido uma das primeiras a apoiar Vardanyan.

“Luís Figo foi um dos primeiros a apoiar a minha visão de construir este projeto. Acreditou no sucesso do programa e mostrou-se disponível para ajudar em áreas fundamentais. Somos amigos e discutimos frequentemente o desenvolvimento do clube, com Figo a dar conselhos valiosos. Temos grandes planos com Figo, especialmente para promover os jovens talentos de Noah no estrangeiro e melhorar a reputação internacional do clube”, revelou.

As promessas são muitas e as expectativas acompanham o entusiasmo dos adeptos que se juntaram ao FC Noah depois da entrada na Liga Conferência. Os responsáveis pelo clube querem premiar os novos fãs e prometem um novo estádio com capacidade para 20 mil pessoas. 

Por agora, é tempo de defrontar o Chelsea e um bom resultado seria um milagre para os arménios, não tivesse o clube um nome bíblico.