O antigo futebolista do Benfica Álvaro Magalhães recordou o confronto de 1981/82 com o Bayern Munique, "uma das melhores equipas do mundo", e frisou que os encarnados têm de ter "esperança" nos "quartos" da Liga dos Campeões.
Numa entrevista à Agência Lusa, Álvaro Magalhães, que alinhou pelo Benfica durante nove temporadas, entre 1981/82 e 1989/90, relembrou a sua época de estreia, na qual defrontou os germânicos na segunda ronda da Taça dos Campeões.
Álvaro não jogou a partida da primeira mão, que se disputou no Estádio da Luz e terminou empatada a zero, mas, em Munique, foi titular e explicou que, antes do encontro, já antevia dificuldades, que se tornaram acrescidas devido à ausência de Humberto Coelho por lesão.
"Nessa altura, o Bayern já era uma das melhores equipas do mundo, com jogadores de nível mundial. Portanto, seria sempre uma eliminatória difícil, mesmo sabendo que o Benfica também tinha belíssimos jogadores. Na segunda mão, tivemos a lesão do Humberto Coelho, que não pôde jogar. Houve algumas contrariedades", recordou à Lusa.
Ainda assim, a equipa lusa não entrou derrotada no Olímpico de Munique: "Tínhamos alguma esperança, mas também tínhamos consciência de que íamos defrontar um adversário muito difícil e que nos iria criar muitas dificuldades. E foi isso que aconteceu", sublinhou.
Depois de duas temporadas ao serviço da Académica, Álvaro Magalhães estreou-se nas competições europeias precisamente em Munique, na segunda mão, numa eliminatória em que destacou a qualidade e o físico dos jogadores alemães.
"Recordo-me de um estádio completamente cheio, com uma moldura humana fantástica, como é habitual agora. Tentámos contrariar o favoritismo do Bayern Munique, mas foi impossível, contra jogadores fisicamente fortíssimos e de grande qualidade técnica", frisou.
Em Munique o Benfica foi goleado por 5-1 e o destaque da partida foi Dieter Hoeness, avançado que marcou três golos e que o internacional português não esquece.
"Quando os laterais do Bayern cruzavam a bola, havia sempre alguém que dizia 'é minha', mas já era, já lá estava dentro. O Hoeness faz três golos de cabeça. Fomos eliminados por um adversário de grande nível", afirmou.
Trinta e quatro épocas depois, e já com mais dois confrontos pelo meio - nova eliminatória favorável aos bávaros -, o Benfica reencontra-se com o Bayern, desta feita nos quartos de final da Liga dos Campeões. Álvaro considera a eliminatória "muito difícil", mas destaca que "a esperança é a última a morrer".
"O Bayern Munique continua a ser uma potência do futebol mundial. Ganha mais vezes do que perde. O Benfica vai defrontar um adversário de muito respeito, mas a esperança é a última a morrer. São 11 contra 11, mas é uma eliminatória muito difícil", sublinhou.
Não conseguindo destacar uma individualidade, uma vez que o Bayern tem vários jogadores que podem "desequilibrar de um momento para o outro", Álvaro Magalhães explicou que os jogadores do Benfica têm de "defender e atacar", de modo a que a equipa de Guardiola "não concretize".
"O que vai fazer a diferença? Uma força coletiva muito grande, muita união, sacrifício, entreajuda. Todos eles têm de atacar e defender, tapar todos os espaços a essa equipa, que cria muitas dificuldades a todos os adversários", explicou.
O ex-lateral esquerdo reforça: "O Benfica terá de tapar todos os buraquinhos para que o Bayern Munique não concretize. Ninguém pode dizer quem é o melhor jogador do Bayern Munique. É um conjunto difícil, muito equilibrado, com jogadores que podem desequilibrar de um momento para o outro".
O Benfica defronta às 20H45 locais (19H45 em Lisboa) de terça-feira, na Alemanha, o Bayern Munique, em encontro da primeira mão dos quartos de final da Liga dos Campeões.
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