À ‘anunciada’ eliminação, os comandados do alemão Roger Schmidt ‘responderam’ com a vitória no Grupo H, num percurso com quatro vitórias - as mesmas conseguidas nas pré-eliminatórias perante Midtjylland e Dinamo Kiev - e dois empates.
Os ‘encarnados’ contornaram todos os ‘impossíveis’, conseguindo bater duas vezes a Juventus (2-1 fora e 4-3 em casa) e somar outros tantos empates com o PSG, de Messi, Mbappé e Neymar, antes de um final apoteótico, no reduto do Maccabi Haifa.
A expressão de João Mário, após selar o 6-1 em Israel, como a perguntar se já chegava ou era preciso mais, ilustra uma prestação ‘lendária’, o moral de uma equipa que, à data invicta, se sentia capaz de superar todos os desafios.
De realçar ainda que, no reduto da Juventus e nos dois jogos com o Paris Saint-Germain, o conjunto luso conseguiu pontuar – vencendo mesmo em Itália – depois de estar a perder.
No total, o Benfica soma, entre pré-eliminatórias e fase de grupos, oito vitórias e dois empates, com 28 golos marcados e nove sofridos, para uma invencibilidade recorde na prova de 11 jogos, juntando o 3-3 em Liverpool a fechar 2021/22.
A época, a primeira de Roger Schmidt na Luz, começou, precisamente, centrada na Liga dos Campeões, em ultrapassar as duas eliminatórias de acesso à fase de grupos, o primeiro grande objetivo para 2022/23, desportivo e financeiro.
Na terceira pré-eliminatória, o adversário foi o Midtjylland, ultrapassado sem dificuldades, com um 4-1 caseiro, selado por um ‘hat-trick’ de Gonçalo Ramos e um tento de Enzo Fernández, e um 3-1 na Dinamarca, com novo tento do argentino, outro de Henrique Araújo e um ‘golaço’ de Diogo Gonçalves.
Seguiu-se o ‘play-off’, e um duelo com o Dinamo Kiev, que o Benfica ‘inclinou’ em Lodz, na Polónia, culpa da Guerra na Ucrânia, com um 2-0, com tentos de Gilberto e Gonçalo Ramos, para depois ganhar na Luz por 3-0, com três golos marcados na primeira parte, por Otamendi, Rafa e David Neres.
O sorteio da fase de grupos realizou-se em 25 de agosto e os ‘encarnados’ foram desde logo ‘relegados’ para a Liga Europa, ao calharem num grupo com os ‘todos poderosos’ Paris Saint-Germain e Juventus, mais o ‘figurante’ Maccabi Haifa.
O grupo era dos mais difíceis, mas a estreia, em 06 de setembro, foi com o jogo teoricamente mais fácil, aquele que era obrigatório ganhar, na receção aos israelitas, o que o Benfica conseguiu sem grande brilho, com um 2-0 selado por Rafa e Grimaldo.
Com o PSG apontado com o ‘vencedor antecipado’ do agrupamento, os ‘encarnados’, se queriam o apuramento, teriam de o jogar com a Juventus, mas, à segunda jornada, em Turim, começaram da pior forma, ao sofrerem um golo, de Milik, logo aos quatro minutos.
O Benfica não ficou, no entanto, afetado com essa entrada a perder e, com uma exibição de gala, que justificava um resultado mais ‘gordo’, virou para 2-1, com um penálti de João Mário, ainda na primeira parte, e um tento de David Neres, na segunda.
Depois de seis pontos em dois jogos, o ‘onze’ de Roger Schmidt recebeu o favorito PSG, que também chegou com o pleno de triunfos à Luz, onde se adiantou aos 22 minutos, com um golo do argentino Lionel Messi, o seu primeiro de sempre ao Benfica.
A formação ‘encarnada’ conseguiu, no entanto, restabelecer a igualdade aos 41 minutos, graças a um autogolo do português Danilo Pereira, com o 1-1 a prolongar-se até final.
O ‘filme’ foi idêntico no Parque dos Príncipes, onde o PSG voltou a não se conseguir superiorizar e segurar a vantagem, num jogo decidido por dois penáltis: Kylian Mbappé adiantou os anfitriões, aos 39 minutos, e João Mário selou o 1-1, aos 62.
A formação lusa ficou a um empate, na receção à Juventus, de garantir o apuramento e cumpriu a tarefa com ‘juros’, ao voltar a bater os italianos, desta vez por 4-3, num jogo em que sofreu no fim, depois de ter chegado a 4-1 e falhado a goleada.
António Silva, aos 17 minutos, João Mário, aos 28, de penálti, e Rafa, aos 35 e 50, apontaram os tentos dos ‘encarnados’, enquanto Kean, aos 21, Milik, aos 77, e McKennie, aos 79, faturaram pela ‘Juve’.
O Benfica foi para a última ronda já apurado para os ‘oitavos’ e ainda com possibilidades de vencer o grupo, precisando de triunfar em Israel por, pelo menos, mais quatro golos do que o PSG em Itália, ou de somar mais pontos do que os franceses.
Face ao 2-1 dos gauleses em Turim, o Benfica necessitava de ganhar por 6-1 e foi mesmo esse o resultado que conseguiu, num jogo que estava empatado a um ao intervalo, com golos de Gonçalo Ramos, para o Benfica, e de Chery, de penálti, para o Maccabi.
Na segunda parte, e depois do 3-1, selado por Grimaldo, aos 69 minutos, após o 2-1 de Musa, aos 59, os ‘encarnados’ começaram a acreditar na vitória no Grupo H, o que conseguiram, com tentos de Rafa, aos 73, Henrique Araújo, aos 88, e João Mário, aos 90+2.
Assim, o Benfica não se limitou a afastar a Juventus, conseguindo também superiorizar-se ao PSG, não no total de pontos, no confronto direto, na diferença de golos ou nos golos marcados, mas nos golos marcados fora.
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