O Chelsea sagrou-se campeão europeu pela primeira vez na sua história ao vencer o Bayern Munique nas grandes penalidades. Os alemães estiveram perto da glória mas Drogba surgiu como ator trágico de uma peça de amor shakespeariana.
O Bayern Munique procurava conquistar o seu quinto título europeu perante o seu público. Depois de eliminar o Real Madrid nas meias-finais, a equipa de Jupp Heynckes mostrou desde logo que não queria resolver o jogo nas grandes penalidades.
O Chelsea entrou muito contido no Arena de Munique, com Roberto Di Matteo a dispor os jogadores londrinos em terrenos muito recuados.
Dadas as disposições das equipas, foi com naturalidade que o primeiro sinal de perigo do jogo pertenceu ao Bayern Munique. Aos 4’ minutos, Schweinsteiger consegue espaço para rematar mas a bola acabou por embater na muralha defensiva londrina.
Com as bancadas vestidas maioritariamente de encarnado, o Bayern Munique parecia espelhar esse domínio cromático em campo.
O Chelsea jogava na expectativa, e apenas sinais de agressividade quando tinha espaço para transições rápidas.
No final da primeira parte, o nulo no marcador era algo que não refletia a posse de bola de 62% dos alemães. O Chelsea não fez um único remate na primeira parte, limitando-se a controlar o Bayern Munique à distância. Drogba era a única unidade que lutava pela posse de bola dos ingleses mas não bastava para criar situações de golo.
No segundo tempo, o Bayern Munique voltou a demonstrar que não queria levar a decisão final para grandes penalidades. O Chelsea dava o espaço necessário para a circulação de bola do adversário mas os jogadores bávaros encontravam sempre um obstáculo num derradeiro instante. David Luiz e Petr Chech estiveram brilhantes até ao golo de Thomas Müller aos 83’ minutos.
Dadas as circunstâncias do jogo, parecia que o golo do Bayern Munique, a poucos minutos do fim, não iria permitir um golpe de teatro do Chelsea.
Com os adeptos alemães a prometer uma noite memorável nas bancadas, o Chelsea resolveu ir à baliza de Neuer para levar a decisão para o prolongamento aos 88’ minutos.
Na antevisão do jogo, o técnico alemão, Jupp Heynckes, tinha afirmado que Didier Drogba era «um grande ator». Drogba não quis comentar, e parece que preferiu fazê-lo dentro de campo pois no primeiro canto do Chelsea, a 2 minutos do fim, o avançado costa-marfinense teve uma performance genial com um grande golo de cabeça.
A peça teatral dos alemães transformou-se subitamente numa tragédia e as bancadas bávaras ficaram pálidas de entusiasmo. Pedro Proença apitou para o prolongamento e o jogo seguiu para o terceiro ato.
Na primeira parte do prolongamento, Petr Cech foi o herói do Chelsea ao defender uma grande penalidade de Robben aos 95’ minutos.
Os alemães continuaram mais pressionantes e perigosos até ao final, mas a decisão iria mesmo para as grandes penalidades onde Drogba e Cech teriam o papel principal na conquista do primeiro título europeu do Chelsea.
Resultado final das grandes penalidades: 4-3.
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