O Braga alcançou um resultado fantástico na Alemanha, ao derrotar o Union Berlin por 3-2, na 2.ª ronda do Grupo C da Liga dos Campeões.
Os guerreiros estiveram a perder por 2-0, golos do quebra-cabeças Becker, mas operaram a reviravolta, graças Niakaté e dois fantásticos golaços de Bruma e André Castro.
Primeira vitória dos minhotos na prova, que poderá ser essencial na luta pelo terceiro lugar do grupo.
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O Braga sabia que que tinha de sair da Alemanha com pontos ou então com uma resultado que lhe pudesse corrigir no jogo de volta na Pedreira, frente ao seu principal adversário neste Grupo B da Champions. Em termos teóricos, os dois primeiros postos, que dão acesso aos oitavos de final, serão disputados entre os favoritos Real Madrid e o campeão italiano Nápoles. O terceiro lugar, que permite continuar nas provas da UEFA via Liga Europa, deverá ser disputado entre minhotos e unionistas.
Com mais de 70 mil gargantas afinadas no Estádio Olímpico de Berlim, o Union não queria defraudar as expetativas dos adeptos. A equipa procurava a primeira vitória de sempre na Liga dos Campeões, para também afastar os fantasmas do mau momento que atravessa (cinco derrotas seguidas, quatro delas na Bundesliga), depois de um arranque prometedor, com dois triunfos nos primeiros dois jogos.
Becker a destruir tudo o que mexia na defesa minhota
Desde cedo ficaram patentes os problemas defensivos do Braga, de Artur Jorge, esta época. O Union de Berlin não se importava de não ter bola, jogando no seu meio-campo. A estratégia passava por pressionar os minhotos, recuperar e castigar os defesas contrários na profundidade, onde a velocidade do capitão Becker ia fazendo estragos.
Foi nas costas de Borja que Becker foi lançado aos quatro minutos, acelerou para a área para servir Gosens, o alemão esperou que Matheus caísse e atirou para o fundo das redes. O golo seria anulado por fora de jogo, mas o aviso estava dado.
No lado contrário, era a falta de entendimento entre Joe Mendes (titular em vez de Victor Gomez) e Serdar (surpreendente no posto de José Fonte) que quase deitava tudo a perder. Valeu que Behrens perdeu imenso tempo a decidir e quando decidiu, rematou contra o corpo de Serdar.
Depois de Matheus negar o golo a Becker, aos 26 e 27 minutos, os alemães marcaram mesmo, pela sua mota. Zalazar fez um passe errado na frente, a transição rápida do Union foi bem feita entre Juranovic e Král, a bola chegou a Becker que ganhou na velocidade na esquerda, no lado de Borja, e atirou para o fundo das redes, por entre as pernas de Matheus. Primeiro golo de sempre do Union de Berlin na Champions, para delírio dos mais de 70 adeptos no Olímpico de Berlin. Ambiente fantástico, digno de Champions.
O Braga abusava nos passes longos para Banza, quando não tinha espaço e paciência para encontrar brechas na defensiva contrária. Os cruzamentos eram fáceis para os centrais. Ia valendo Bruma, o mais inconformado dos minhotos. Aos 33 minutos, o português atirou cruzado para defesa incompleta de Ronnow.
Sete minutos depois do primeiro dos alemães, chegou o 2-0, pelo veloz avançado holandês. Passe longo do defesa Doekhi, Tousart ganhou de cabeça para Becker bater Serdar em velocidade (que mota!) e rematar de pé esquerdo para o 2-0.
Niakaté descontou, Armindo Tué Na Bangna inspirou-se para uma obra de arte
A equipa de Artur Jorge ganhou novo fôlego aos 41 minutos, quando Niakaté apareceu no sítio certo na pequena área a encostar para golo uma defesa incompleta de Ronnow, após remate de Ricardo Horta. O Braga reduzia antes do intervalo.
O golo parece ter espevitado os guerreiros do Minho, já que a equipa voltou dos balneários determinado em capitalizar o momento. O que os mais de 70 mil alemães não contavam era com a inspiração de Bruma, candidato a golo da jornada, aos 51 minutos.
Um canto marcado para a entrada da área chegou a Ricardo Horta que deixou logo em Bruma, o extremo rematou forte e colocado, de muito longe, para um golaço digno de Champions. Um dos melhores golos da carreira do extremo português.
O Braga estava por cima, dominava, jogava à entrada da área unionista e ameaçava a reviravolta. Ricardo Horta teve essa hipótese mas o guardião Ronnow defendeu com os punhos. Sinais preocupantes para os alemães, que o técnico Urs Fischer leu bem: colocou Aissa Laidouni e Kevin Volland em campo, nos postos de Tousart e Kevin Behrens.
O Union Berlin cresceu com Volland, que teve nos pés o 3-2 aos 70, mas Matheus mostrou-se seguro. Aos 75 é Becker quem atira às malhas laterais, num momento de crescimento da equipa e de menor fulgor dos bracarenses.
Marin, João Moutinho, Abel Ruiz, Castro e Vitor Carvalho foram as últimas apostas de Artur Jorge no Braga.
Depois de Aaranson e Kral ficarem perto do 3-2, seria o Braga a fazer a reviravolta, aos 90+4. Banza amorteceu para um pontapé fantástico de Castro, de fora da área, para mais um golaço. 3-2 para o Braga e loucura no relvado.
Resultado fantástico dos minhotos que soma os primeiros três pontos na prova e ganham vantagem numa possível luta pelo terceiro posto, caso Nápoles e Real Madrid confirmem o favoritismo no grupo.
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