Depois de uma fase de grupos falhada na Liga dos Campeões, a Liga Europa surgia como uma hipótese de redenção para um FC Porto que continua numa longa caminhada em busca da sua melhor versão europeia. Por um misto de azar no sorteio e de incapacidade para superar o adversário, caiu logo nos 16-avos. Terá de ficar para a próxima, mais uma vez.

O saldo da época europeia do Dragão conta com três vitórias, um empate e quatro derrotas, duas das quais nesta eliminatória frente ao Dortmund. O ponto mais alto foi a vitória por 2-1 diante do Chelsea, o princípio da derrocada foi a derrota caseira contra o Dínamo Kiev, numa altura em que bastava um ponto para assegurar a passagem aos 'oitavos' da Liga dos Campeões. Depois desse desaire por 1-0, seguiu-se uma derrota em Stamford Bridge (2-0) e a confirmação da 'despromoção' para a Liga Europa. Lopetegui saiu pouco depois.

E assim chegou o FC Porto à segunda prova europeia, aquela que não traz os mesmos aliciantes a nível financeiro mas que ainda assim é apelativa a nível desportivo para os clubes portugueses, que continuam distantes dos grandes 'tubarões' europeus em termos de recursos. É a forma mais realista de apontar a uma final europeia, mas este FC Porto não conseguiu levar para o relvado argumentos suficientes para lançar uma candidatura sólida.

Não teve a maior sorte do mundo com o sorteio, é verdade. Logo nos 16-avos saiu a 'fava' de um Dortmund que sobreviveu ao pós-Klopp e que se assume como claro candidato a este título europeu. A tômbola podia ter sido mais meiga para os 'dragões', mas estes nem conseguiram fazer aquilo que se lhes pedia nesta eliminatória: ameaçar o Dortmund, de igual para igual.

Se na Alemanha, no já mítico Signal Iduna Park - ou Westfalenstadion para os saudosistas - era compreensível que o controlo do jogo fugisse aos homens de Peseiro, no Dragão os adeptos pediam mais. Mesmo cientes do grau de dificuldade da missão, pediam risco e um futebol ofensivo que permitisse pelo menos acreditar. O que se viu, porém, foi novamente um FC Porto cinzentão, desastrado na circulação de bola na defesa e desinspirado no ataque. O trio Varela-Aboubakar-Marega pouco conseguiu fazer contra uma defesa comandada por Mats Hummels, que já se assume como um dos grandes líderes defensivos na Europa.

A nível individual, na equipa portista, sobressaiu Danilo Pereira, mais uma vez, pela entrega ao jogo e domínio posicional. Este 'polvo' do futebol moderno ganha cada vez mais importância no futebol do FC Porto e soube lutar de igual para igual contra jogadores como Gundogan ou Kagawa. Rúben Neves e Evandro assumiram-se também em bom plano, pelo que não foi pelo meio-campo que o FC Porto sofreu novo desaire. Foi, isso sim, pelo ataque desinspirado e pelo infeliz golo encaixado, com culpas do árbitro Mark Clattenburg e de Iker Casillas.

Seguem-se agora os desafios domésticos deste FC Porto: campeonato e Taça de Portugal. O segundo é aquele que parece mais acessível, mas o primeiro é o principal objetivo dos 'dragões' e a única forma de transformar uma época até agora negativa numa época de sucesso.