O treinador português Litos, que a duas jornadas do fim já venceu o campeonato moçambicano de futebol à frente do Liga Muçulmana, admitiu hoje regressar a Portugal, apesar de estar sem convites de clubes lusos.
«É importante para a Liga Muçulmana [de Maputo] começar a preparar o seu futuro e a possível contratação de um novo treinador. Entre hoje e amanhã [terça-feira] vou ter o cuidado de abordar as pessoas [do clube] sobre a possibilidade de eu não continuar», disse o treinador português.
Em declarações à agência Lusa, Litos afirmou que agora «há um desejo de voltar a casa» e à família, ainda que não tenha em carteira convites para treinar clubes portugueses.
«Nada, não tenho nada. Sabemos que neste momento não é fácil. (...) Sabemos da quantidade de grandes treinadores em Portugal, com maior currículo do que o meu, e que estão desejosos por ter uma oportunidade», admitiu o técnico português, de 46 anos, que treinou o Estoril-Praia, os moçambicanos do Maxaquene, o Portimonense e o Leixões.
À frente do Liga Muçulmana de Maputo desde julho de 2012, Litos conduziu o clube ao título moçambicano pela terceira vez na sua história (repetindo os êxitos de 2010 e 2011), assegurando a conquista no domingo, a duas jornadas do fim do campeonato.
«Não houve dúvida nenhuma, a equipa foi a melhor, é a melhor. Tem o melhor plantel. No início da época eu afirmei que tínhamos obrigação de ganhar tudo a nível interno. Mesmo na época passada apanhei um plantel que estava numa situação muito complicada e mesmo assim conseguimos ganhar a Taça de Moçambique. E começámos a época a ganhar a Supertaça. O Liga Muçulmana foi melhor», sublinhou Litos.
O treinador português explicou que os jogadores e a equipa técnica festejaram o terceiro título de forma contida devida à situação de instabilidade que se vive em Moçambique, que se tem traduzido também em raptos de pessoas de origem indiana.
«Faz parte do respeito pelos moçambicanos e também pelos familiares dos nossos dirigentes. Tem havido raptos de pessoas indianas e o meu clube foi fundado e tem à frente pessoas indianas há muitos anos. É com alguma tristeza que vamos vivendo estas situações. Este conflito não para e nós desejamos que haja tréguas o mais rapidamente possível», explicou.
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