
Depois de um empate algo desinspirado na estreia no Mundial de Clubes, frente ao Boca Juniors, o Benfica deu sinais claros de evolução frente ao Auckland City.
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Mais do que os cinco golos marcados, o que ficou da partida em Orlando foi uma demonstração de crescente solidez, paciência coletiva e maturidade competitiva. Bruno Lage viu a sua equipa adaptar-se bem às exigências do jogo e responder com eficácia, controlo e intensidade — mesmo num contexto atípico como o de uma paragem prolongada devido ao mau tempo.
A construção ofensiva foi progressiva e equilibrada, com um claro crescimento a partir do corredor direito, onde Di María voltou a ser o epicentro criativo. A ligação com Prestianni e Aursnes ofereceu largura e dinâmica, enquanto Pavlidis, mais bem enquadrado do que na estreia, mostrou-se móvel, participativo e, finalmente, eficaz. Também Kerem Aktürkoğlu, embora sem marcar, voltou a ser um agitador com bola, com boas decisões e diagonais perigosas.
Do ponto de vista tático, o Benfica apresentou um bloco alto bem definido, pressão coordenada e uma ocupação de espaços que dificultou em absoluto as transições do Auckland. A equipa encarnada não precisou de forçar ritmos insustentáveis: foi paciente, circulou a bola com critério e foi ganhando metros até desmontar a resistência adversária, quer em ataque posicional, quer em momentos de reação rápida à perda.
A entrada de Renato Sanches deu novo fôlego ao meio-campo, com chegada à área e remate, e Leandro Barreiro destacou-se pelo sentido de oportunidade, a aproveitar duas ocasiões com frieza.
A figura: Leandro Barreiro brilha com bis
Num jogo marcado pela superioridade clara do Benfica, Leandro Barreiro destacou-se como a figura maior da partida. O médio assinou dois golos em apenas dois minutos, demonstrando excelente leitura de jogo, chegada oportuna à área e uma frieza digna de um avançado.
Para além dos golos, Barreiro exibiu-se com grande critério na circulação de bola, mostrou intensidade sem bola e foi fundamental a dar equilíbrio ao meio-campo encarnado. Numa noite de várias boas exibições, foi o camisola 8 quem mais brilhou.
Outros destaques: Pavlidis eficaz, Di María decisivo e Renato Sanches de impacto imediato
Vangelis Pavlidis foi uma das figuras em destaque na frente de ataque, ao marcar um golo e assinar uma assistência, mostrando-se mais solto, eficaz e em sintonia com os colegas. Já Renato Sanches voltou a demonstrar a sua capacidade de impacto imediato: entrou e marcou pouco depois, com um remate de longe que ainda desviou num adversário.
Ángel Di María, além de ter aberto o marcador na primeira parte, fechou a contagem com novo golo de grande penalidade nos instantes finais, completando o bis e confirmando o seu papel de líder técnico e emocional desta equipa do Benfica. Sempre interventivo, foi o principal organizador ofensivo das águias e voltou a fazer a diferença nos momentos chave.
O momento: Pavlidis desbloqueia e lança goleada após o intervalo
Depois de uma longa interrupção provocada pela tempestade em Orlando, o Benfica regressou ao relvado com vontade de resolver o jogo — e foi Pavlidis quem deu o sinal. Aos 53 minutos, o avançado grego recebeu um passe inteligente de Kokçu, criou espaço entre dois defesas e finalizou com precisão para o 2-0.
Esse golo não só deu tranquilidade às águias como abriu caminho para a avalanche ofensiva que se seguiu. Foi o verdadeiro ponto de viragem do encontro: desbloqueou emocionalmente a equipa, abalou o Auckland City e lançou o Benfica para uma goleada categórica.
Reações
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