A seleção de futebol dos Estados Unidos associou-se hoje à comunidade LGBTQI+, ao ‘pintar’ o símbolo com as cores do arco-íris, a seis dias do arranque do Mundial2022, no Qatar, país onde a homossexualidade é crime.
Além do símbolo, a campanha visual ficou completa, segundo meios de comunicação social norte-americanos, com a decoração com o arco-íris a adornar várias insígnias no interior do estádio Ahmad Bin Ali, onde a seleção está a treinar.
O objetivo é continuar a fazê-lo em todos os estádios por onde esta equipa passe, em mais uma demonstração de solidariedade para com uma comunidade marginalizada no Qatar, uma semana depois de o embaixador do torneio, Khalid Salman, apelidar a homossexualidade de “distúrbio mental”.
Se algumas seleções se têm posicionado em prol dos direitos humanos, outras têm preferido seguir as indicações da FIFA, que pediu que as federações e atletas se concentrassem no futebol e não em questões políticas.
O ‘capitão’ da França, o guarda-redes Hugo Lloris, campeão do mundo em 2018, disse hoje que “é preciso respeitar” o Qatar e a sua cultura, quando questionado sobre se usaria uma braçadeira especial pela inclusão durante o Campeonato do Mundo.
“Quando recebemos estrangeiros em França, queremos que cumpram as nossas regras e respeitem a nossa cultura. Farei o mesmo no Qatar. Posso concordar com as ideias ou não concordar, mas devo respeitar”, acrescentou.
Embora as autoridades do Qatar neguem, várias organizações apontam para milhares de mortes naquele país entre 2010 e 2019 em trabalhos relacionados com o Mundial, com um relatório do jornal britânico The Guardian, de fevereiro deste ano, a cifrar o valor em 6.500 óbitos, número que muitos consideram conservador.
Ao longo dos últimos anos, numerosas organizações e instituições têm apelado também à defesa dos direitos de adeptos, e não só, pertencentes à comunidade LGBTQI+, tendo em conta a perseguição de que são alvo em solo qatari.
Várias seleções, como Dinamarca, Austrália ou Estados Unidos, posicionaram-se ativamente contra os abusos ou a favor da inclusão e proteção quer dos migrantes quer da comunidade LGBTQI+, tanto a viver no país como quem pretende viajar para assistir aos jogos.
Em maio, a seis meses do arranque da competição, a Amnistia Internacional assinou uma carta aberta endereçada ao presidente da FIFA, Gianni Infantino, ao lado de associações como a Human Rights Watch, pedindo-lhe que invista o mesmo valor dos prémios atribuídos às seleções pela performance no torneio num mecanismo de compensação.
O Campeonato do Mundo masculino de futebol vai decorrer entre 20 de novembro e 18 de dezembro, com a seleção portuguesa apurada e inserida no Grupo H, com Uruguai, Gana e Coreia do Sul.
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