Portugal precisou de uma reviravolta épica na estreia, protagonizada pelo ‘rei’, em 1966, e de um guarda-redes a impor um recorde, quatro décadas depois, para superar as únicas presenças em quartos de final do Mundial de futebol.
Em vésperas da terceira, garantida na terça-feira com um impactante 6-1 à Suíça, as duas anteriores têm, assim, nome próprio, primeiro de Eusébio, e do seu ‘póquer’, e depois de Ricardo, e das suas três defesas no desempate por penáltis.
Na primeira participação em Mundiais, a equipa das ‘quinas’ fez furor em Inglaterra, superando na fase de grupos as potências Hungria e Brasil, então bicampeão em título, e ainda a Bulgária, para garantiu o primeiro posto do grupo.
Os campeonatos do Mundo eram disputados, então, por apenas 16 equipas, ou seja metade das atuais, e Portugal apurou-se diretamente para os quartos de final, em que se cruzou com a grande surpresa da competição, a Coreia do Norte, que tinha deixado para trás a Itália na primeira fase.
A partida com os norte-coreanos perdura na memória não só dos que a vivenciaram como de todos os que gostam de futebol, de tão frenética que foi, desde logo porque, aos 25 minutos, o conjunto luso já tinha visto Pak Seung-Zin, Lee Dong-Woon e Yang Seung-Kook fixarem um 3-0 favorável aos asiáticos.
No entanto, a seleção nacional reagiu ainda no primeiro tempo, com dois golos de Eusébio, que iria consumar ele próprio a reviravolta e aumentar a vantagem na segunda parte, antes de José Augusto assinar o quinto e último tento do histórico triunfo (5-3) que colocou Portugal nas meias-finais.
A formação então comandada por Otto Glória viria a perder com a anfitriã Inglaterra, mas sairia de ‘terras de sua majestade’ com o melhor resultado de sempre de uma seleção lusa num Mundial, o terceiro posto, conquistado diante da União Soviética.
Se em 1986 e 2002, a equipa das ‘quinas’ se ficou pela fase de grupos, em 2006 conseguiu, pela segunda vez, atingir os quartos de final, na altura sob o comando de outro brasileiro, Luiz Felipe Scolari, que tinha conduzido o Brasil ao ‘penta’ em 2002.
Depois de bater Angola, Irão e México na fase de grupos, e ainda os Países Baixos nos oitavos de final, Portugal marcou um reencontro com a Inglaterra, sendo que o desfecho seria o mesmo do de 2004, no Europeu organizado em solo luso.
Wayne Rooney foi expulso na segunda parte, mas os ingleses seguraram o ‘nulo’ (0-0) até final dos 90 minutos e também do prolongamento, levando a partida a ser decidida no desempate por grandes penalidades, em que viria a emergir o mesmo ‘herói’ do duelo do Euro2004.
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O guarda-redes Ricardo parou os pontapés de Frank Lampard, Steven Gerrard e Jamie Carragher, tornando-se o primeiro guardião a defender três castigos máximos num Campeonato do Mundo. Desde então, mantém esse recorde, embora agora a par dos croatas Subasic e Livakovic, que alcançaram, respetivamente, o mesmo registo diante da Dinamarca, em 2018, e do Japão, já neste Mundial.
Pelo meio do desempate, Hugo Viana acertou no poste e Petit rematou ao lado, só que Simão Sabrosa, Hélder Postiga e, por fim, Cristiano Ronaldo não desperdiçaram os respetivos remates e lançaram a seleção portuguesa para a meia-final com a França, em que seria eliminada (0-1), perdendo depois o confronto pela terceira posição, com a Alemanha (0-3).
Depois de 1966 e 2006, a seleção nacional assegurou, na terça-feira, o apuramento para os ‘quartos’ pela terceira vez na história, graças à goleada sobre a Suíça (6-1), nos ‘oitavos’ do Mundial2022, sendo que nas duas ocasiões anteriores atingiu as meias-finais.
Portugal volta a disputar os quartos de final de um Mundial, no sábado, diante de Marrocos, em partida agendada para as 18:00 locais (15:00 em Lisboa), no Estádio Al Thumama, em Doha.
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