O lateral inglês Danny Rose afirmou nesta sexta-feira que tem vontade de pendurar as chuteiras devido ao racismo no futebol e à leveza das punições e medidas tomadas para lutar contra este problema no desporto.
"Estou farto. Eu ainda tenho cinco ou seis anos de futebol e mal posso esperar para que esse tempo passe, vendo como as coisas são feitas neste desporto atualmente", declarou o jogador de 28 anos.
O lateral do Tottenham e da seleção inglesa criticou os dirigentes de futebol, que distribuem punições e multas brandas aos clubes e países que não são capazes de controlar os seus adeptos.
"Quando os países são punidos com multas equivalentes ao que eu gasto quando vou sair à noite em Londres, o que podemos esperar? É uma farsa", continuou.
Rose afirmou não ter se surpreendido com os insultos racistas dos quais foi alvo no dia 25 de março em Montenegro, em jogo de qualificação para o Europeu 2020, embora reconheça que os insultos foram ditos por "uma minoria".
"Joguei na Sérvia há oito anos e já tinha acontecido, então imaginei que poderia repetir-se e foi o que aconteceu", lembrou.
Questionado sobre o caso nesta sexta-feira em conferência de imprensa, o técnico do Manchester City, o espanhol Pep Guardiola, que enfrentará o Tottenham na terça-feira no jogo da primeira-mão dos quartos de final da Champions, pediu ao lateral que não desista do futebol.
"Danny Rose não pode fazer isso. Na próxima terça, se me encontrar com ele, vou dizer-lhe que a melhor maneira de combater esse tipo de situação é lutar e estar aqui todos os dias", disse Guardiola, que no passado defendeu diversas vezes os seus jogadores vítimas de racismo, como o inglês Raheem Sterling.
Diante da multiplicação de incidentes racistas nos estádios europeus nas últimas semanas, o presidente da UEFA, Alexsander Ceferin afirmou sentir "vergonha".
"É preocupante ver os dirigentes mundiais e os políticos minimizando os incidentes racistas e discriminatórios", declarou o dirigente em conferência de imprensa.
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