
O Fulham ambiciona terminar a época na metade superior da Liga inglesa de futebol, tal como logrou pela última vez em 2022/23, quando regressou em definitivo à elite com Marco Silva, disse hoje o treinador português.
“Desde o princípio da época, definimos que queríamos ficar na primeira metade da tabela e esperamos lutar por algo mais. Estamos ainda nos quartos final da Taça de Inglaterra, que é uma competição bastante importante para nós”, reconheceu o técnico, de 47 anos.
Marco Silva falava à comunicação social à margem de uma gala promovida pelo jornal O Gaiense, em Vila Nova de Gaia, um dia depois de ter cumprido o 200.º jogo na Premier League, guiando a vitória caseira sobre o rival citadino Tottenham (2-0), da 29.ª jornada.
“Acima de tudo, temos de ser realistas. Percebemos que alguns clubes de dimensão não estão este ano ao nível em que normalmente estão e teriam de estar e isso concede uma janela de oportunidade para outros [na luta pelo acesso às provas europeias]. Temos de fazer o nosso trabalho e tentar ganhar o máximo número de jogos até ao final”, salientou.
O Fulham chegou à paragem para as seleções nacionais no oitavo lugar, com os mesmos 45 pontos do Aston Villa, nono, a quatro da zona de qualificação direta para a Liga dos Campeões da próxima época e a dois da derradeira vaga de acesso às provas da UEFA.
Antes das últimas nove jornadas, os ‘cottagers’ vão receber o ‘vizinho’ Crystal Palace nos ‘quartos’ da Taça e procuram a presença em Wembley, palco das fases seguintes e onde perderam a final de 1974/75, sendo que não atuam nas provas europeias desde 2011/12.
“Por muito bem que possamos fazer o nosso trabalho, é muito complicado se não houver qualidade à nossa volta. Quantos mais anos estamos num clube e temos estabilidade, é normal que o processo esteja adquirido. Mesmo com algumas mudanças no Fulham, que tem de vender, temos apresentado uma dinâmica e uma identidade muito claras”, vincou.
Marco Silva chegou ao Fulham em 2021/22, tendo conquistado logo o troféu do segundo escalão, já depois de passagens na elite inglesa por Hull (2016/17), Watford (2017/18) e Everton (2018-2019), precedidas do título de campeão grego pelo Olympiacos (2015/16).
“Tomei a decisão de ir para o estrangeiro há 10 anos. Felizmente, estou há muito tempo no local em que quero muito e trabalhei bastante para estar, mas não sabemos o que irá acontecer no futuro. É impossível prever. Nesta altura, estou muito satisfeito por estar na melhor e mais competitiva liga do mundo”, notou o técnico, com contrato válido até 2026.
Com um 10.º lugar em 2022/23 e um 13.º na última época, Marco Silva é um dos quatro lusos na chefia de equipas técnicas na Premier League, a par de Nuno Espírito Santo, do Nottingham Forest, surpreendente terceiro classificado, de Ruben Amorim, que trocou há quatro meses o Sporting pelo Manchester United, recordista de conquistas (20) e apenas 13.º, e de Vítor Pereira, do Wolverhampton, situado em 17.º, acima da zona de descida.
“O Nuno está há muito tempo no futebol inglês. Chegou no ano anterior, quando o Forest não estava a ter bons resultados, e conseguiu o objetivo [da manutenção]. Agora, está a fazer uma época brilhante e possui uma equipa muito competitiva. O Vítor conseguiu ter impacto mal chegou, enquanto o Ruben está num clube de dimensão diferente. Começa-se a ver algo do processo que ele quer, mas será jogo a jogo. Quem está lá sabe que a competitividade é muito diferente e cada desafio requer uma grande preparação”, referiu.
Descartando comentar um eventual interesse do Sporting em si aquando da sucessão de Amorim, o antigo técnico dos ‘leões (2014/15) e do Estoril Praia (2011-2014) assumiu ser “quase impossível” fazer apostas sobre a corrida ao título a oito jornadas do fim da I Liga.
“Neste momento, parece-me que há duas equipas que estão a lutar até ao final”, resumiu, em alusão ao campeão nacional Sporting, que lidera com 62 pontos, e ao Benfica, ‘vice’ (menos uma partida), com 59, seis face a FC Porto, terceiro, e Sporting de Braga, quarto.
Marco Silva será distinguido com o prémio de melhor treinador do ano na gala do jornal O Gaiense, que vai atribuir o prémio carreira ao ex-árbitro internacional Artur Soares Dias e evoca Pinto da Costa, ex-presidente do FC Porto, que morreu em fevereiro, aos 87 anos.
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