Três advogados deram a sua opinião ao ´Jornal de Notícias` a respeito do caso dos e-mails. José Guilherme Aguiar, Dias Ferreira e Cassiano Neves têm uma visão diferente do caso e da tomada de posição da Liga de Clubes. Para já, a Comissão de Instrutores (CI) da Liga de Clubes continua sem acesso aos documentos, apesar de os ter solicitado ao Ministério Público. Este organismo considera que o processo é sigiloso, logo não pode ceder os documentos à Liga.
Apesar dessa recusa, Guilherme Aguiar e Dias Ferreira são de opinião que a Liga de Clubes já devia ter avançado com uma investigação ao caso.
"Neste momento, estão descobertos inúmeros emails cujo conteúdo devia merecer investigação desportiva, porque grande parte desse conteúdo é desportivo. A Comissão de Instrutores devia estar a fazer mais do que está a fazer, porque há material para isso. Oficiosamente, podia tomar conhecimento do teor dos emails", disse Guilherme Aguiar ao JN.
"Mesmo que o Ministério Público não ponha ao dispor os documentos que fazem parte do processo, há algumas coisas que se podem averiguar com os emails que já são conhecidos. Pelo menos deve dar para perguntar se são verdadeiros ou não. Também pode ouvir os intervenientes no caso", comentou Dias Ferreira.
Opinião contrária tem Cassiano Neves, advogado e especialista em direito desportivo.
"É natural que nestas matérias acabe por haver uma colagem ao processo civil. E atendendo à história recente de processos do género, é natural que a justiça desportiva seja duplamente cautelosa", frisou.
A 6 de junho de 2017 Francisco J. Marques denunciava, no Porto Canal, um alegado esquema de corrupção e tráfico de influências envolvendo o Benfica. O Ministério Público acabou por abrir um inquérito, na sequência de uma denúncia anónima. O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol também mandou abrir inquérito.
O caso está a ser tratado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária. A PJ já fez buscas no Estádio da Luz e na casa de Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica. A Procuradoria Geral da República confirmou que está em curso uma investigação pelos crimes de corrupção ativa e passiva.
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