Diego Maradona, considerado por muitos o melhor futebolista de sempre, disse um dia que «o único jogador por quem valia a pena pagar bilhete era Pablo Aimar», o número 10 do Benfica.
A cumprir aquela que é a sua quarta época na Luz, depois de se transferir dos espanhóis do Saragoça, em 2008, o argentino assume, aos 32 anos, o papel de maestro de uma orquestra em que o futebol é a música.
Aimar é o pensador no atual futebol desenhado para o Benfica: na sua invulgar capacidade de descobrir quase sempre uma linha de passe num amontoado, uma desmarcação imprevisível ou uma assistência, atributos que lhe valem elogios sucessivos.
Para os argentinos, e quando brilhava no River Plate, começou por ser apelidado de “El Payaso” (o Palhaço), de tão divertido que era o seu jogo, e depois de “El Mago”, com jogadas mágicas, mas na Luz, o treinador diz que se trata de um «génio».
«O Aimar é um génio para quem aprecia o futebol como arte. O futebol tem duas componentes, que é a cientifica e a arte, e o Aimar tem arte e tem paixão», disse Jorge Jesus, na altura em que o argentino renovou por mais um ano.
As palavras recentes do técnico dos “encarnados” mostram a importância do jogador, muitas vezes substituído antes do final dos jogos, e de quem Jorge Jesus já tinha dito que se trata de «mais um treinador dentro de campo».
Fiel às suas ideias e atento à gestão de esforço, Jorge Jesus continua a raras vezes dar todo o tempo de jogo a Aimar, que em 18 jogos na Liga apenas foi utilizado três vezes os 90 minutos (vitórias com o Marítimo e Paços de Ferreira e derrota com o Vitória de Guimarães).
O argentino falhou apenas dois jogos (15.ª e 16.ª jornadas), por lesão, e das restantes vezes em que foi chamado para o campeonato jogou 14 a titular, mas em 11 foi substituído, a maioria das vezes com pouco mais de uma hora de jogo.
É precisamente essa a média do argentino, 60 minutos por jogo, numa estratégia em que o jogador que mais o substituiu (três) é uma das revelações da equipa, o avançado espanhol Rodrigo, o segundo melhor marcador da equipa (oito golos), a par de Nolito.
Aimar não é um goleador, tem dois golos na Liga e curiosamente ambos apontados em jogos em que começou no banco: o primeiro nos nove minutos que jogou frente à Académica, na primeira volta (4-1), e o segundo nos 34 minutos em casa com o Gil Vicente (3-1).
Dos pés de “El Mago” primam as assistências, com o argentino a contabilizar sete passes para golo, à frente dos extremos Nolito (5) e Gaitán (6), naquele jeito de ser o melhor condutor que uma orquestra pode esperar.
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