A irmã de Bruno de Carvalho relatou esta terça-feira à TVI o momento em que o ex-presidente do Sporting foi detido no domingo. Alexandra de Carvalho estava presente quando viu o irmão ser levado pelas autoridades.
"Tinha acabado de sair com a minha sobrinha e fomos comprar uma árvore de Natal. Quando chegámos depará-mo-nos com muitos homens desconhecidos, um cão… Horas? Um quarto para as seis. As buscas… ainda tivemos de esperar, aqueles eram só os primeiros a chegar", começou por dizer.
Alexandra de Carvalho contou ainda que leu a documentação apresentada a Bruno de Carvalho e recordou a reação deste: "Foi-nos apresentado um mandado de busca, assinado por um juiz, e o de detenção, assinado apenas pela Procuradora. Ligámos a um advogado e esperámos que fizessem a busca com o cão. O Bruno estava calmo, mas completamente surpreendido. Olhou para mim e disse: 'Olha, não são amigos. Vêm para me deter'. Não compreendo. Dei uma olhada na documentação e disse 'Mas isto é para interrogatório e já está aqui que és culpado?'. Telefonei ao advogado, que veio e tomou as notas que tinha que tomar. Acatámos as ordens que fomos recebendo. Levaram computadores e telemóveis. Do que me lembro foi isto".
A irmã de Bruno de Carvalho recusou ainda a ideia de que o irmão tenha pensado sair do país antes de ser detido no domingo.
"Não. Uma pessoa que tem o percurso que ele tem, a vontade que tem de fazer as coisas corretas, clareza, franqueza, frontalidade - se calhar por vezes até para além da conta - vai agora fugir? Quando tem a possibilidade e dever de dizer o que tem a dizer? Nunca foi falado nada disso. Nunca foi hipótese", atirou.
Alexandra de Carvalho mostrou-se ainda revoltada pela situação pela qual o ex-dirigente leonino está a passar, nomeadamente as condições em que o irmão se encontra no posto da GNR de Alcochete.
"É mais uma ingratidão, um disparate total. Isto não lembra a ninguém. Os casos mais mediáticos são os que nos mostram o que provavelmente se passa com mais pessoas", afirmou.
"Como se deixa um homem num local onde não há um duche, chuveiro, para ser ouvido a uma terça e uma quarta?", prosseguiu, antes de afirmar que o seu irmão está a ser alvo de um tratamento injusto.
"Injustiça? Com certeza. É assustador ouvir os comentários que são feitos. É como se a pessoa fosse impotente perante isto tudo. A verdadeira sensação é que Bruno de Carvalho está abaixo da justiça. E provavelmente há mais pessoas assim", finalizou.
Comentários