Dobradinha garantida no prolongamento! O Sporting fechou com chave de ouro a temporada, após um triunfo suado, sofrido, e com alma sobre o Benfica (3-1). 39 anos depois, os leões queriam bater novamente os encarnados numa final no Jamor e tiveram que puxar de todos os galões para 23 anos volvidos voltarem a festejar a conquista do campeonato e da prova rainha.

Os bicampeões nacionais só se conseguiram superiorizar verdadeiramente no prolongamento, após uns primeiros 9o minutos em que o Benfica se superiorizou e em que os verdes e brancos, diga-se a verdade, pouco tinham feito para se aproximarem da baliza à guarda de Samuel Soares. O domínio de jogo ganhou forma à passagem do minuto 11: Maxi Araújo afastou um cruzamento de Kokçu, Bruma disparou e a bola bateu no braço de Gonçalo Inácio. Luís Godinho apontou para a marca do penalti, mas após ouvir o VAR anulou o lance, por fora de jogo do turco no início da jogada.

Os leões intranquilizaram-se e o Benfica pegou na batuta e só a deixou escapar no final do tempo de compensação do segundo tempo, altura em que o Sporting conseguiu chegar ao empate. Na primeira parte, Pavlidis deu o mote num enorme disparo, só parado pelas luvas de Rui Silva. Kokçu enchia o campo no miolo encarnado, e o Sporting era ineficaz na ocupação dos espaços, permitindo à zona intermédia do Benfica canalizar o seu jogo. Sem chegada para incomodar Samuel Soares, o Benfica traduziu a superioridade num golo a abrir o segundo tempo. O médio turco inaugurou o marcador com um grande pontapé ao minuto 47. A festa encarnada poderia ter assumido outros contornos, depois de Bruma ter atirado para o fundo da baliza de Rui Silva, num lance precedido de falta de Álvaro Carreras sobre Trincão.

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Lage mexeu, retirou Kokçu e Akturkoglu e lançando Renato Sanches e Schjelderup. As mudanças não produziram o efeito desejado, muito pelo contrário. Por outro lado, o Sporting apesar de não ter chegada na frente, conseguiu estabilizar-se com a entrada de Morita para o lugar de Debast. Nos últimos 15 minutos, Rui Borges lançou Harder e Quenda e o Sporting elevou a acutilância ofensiva. Ainda assim, os momentos de clarividência não abundavam e a equipa sentia dificuldades para chegar a zonas de finalização. Ao minuto 87, Trincão  deu o mote num disparo frouxo para as mãos de Samuel Soares. Até que ao minuto 99, o extremo luso descobriu Gyokeres; o sueco passou por António Silva e sofreu falta na grande área de Renato Sanches. Grande penalidade assinalada por Luís Godinho e na conversão o mortífero atacante não falhou: bola para um lado, guarda-redes para outro.

O Sporting ganhava assim um tónico determinante para encarar os 30 minutos do prolongamento. O Benfica por outro lado viu-se paralisado pelo facto de quase ter tocado na Taça e ao minuto 99 tê-la visto fugir. E mais indolente ficou, quando Harder num golpe de cabeça permitiu ao Sporting dar a volta ao texto após cruzamento de Trincão. Aos 120 minutos, o golaço de Trincão garantiu a conquista da prova rainha que se junta ao saborosíssimo bicampeonato num ano verdadeiro histórico para os leões.

Momento

O golo de Gyokeres ao minutio 90+10. O Benfica tinha aparentemente o encontro controlado, mas naquele momento, quando Trincão vê o sueco, a abordagem ao lance de Renato Sanches não foi a mais indicada, culminando numa grande penalidade a favor do Sporting. O golo do empate deu gás e os leões tomaram conta do jogo e inverteram o rumo dos acontecimentos.

Melhores

Trincão

Esteve nos três golos do Sporting. Lutou contra o marasmo, mesmo num período em que a equipa do Sporting fez apenas figura de 'corpo presente' no jogo, mantendo sempre critério com a bola nos pés. Começou por encontrar Gyokeres, num lance que resulta na grande penalidade a favor do Sporting. Fez a assistência para o segundo golo, num cabeceamento de Harder. Resolveu o encontro com mestria, num lance de génio em que tira António Silva do caminho e depois finaliza para dentro da baliza de Samuel Soares.

Harder

O dinamarquês fez por merecer a aposta de Rui Borges para os 15 minutos finais ao tornar-se numa cartada decisiva. Fez de cabeça o golo da reviravolta leonina. Descobriu ainda Trincão no lance que resultou no 3-1 dos leões.

Orkun Kökçü

Nem sempre com a regularidade esperada, apareceu ao mais alto nível na final do Jamor. Liderou o meio campo das águias, retirando capacidade ao Sporting para progredir. Desbloqueou o marcador com um remate portentoso. Poderia ter sido o protagonista maior do jogo caso a partida tivesse terminado no tempo regulamentar.

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Reações

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