O Benfica aproveitou da melhor forma o empate no clássico entre FC Porto e Sporting para cimentar o terceiro lugar (50 pontos) e se colocar a quatro pontos dos Leões (54) e a dez dos Dragões (60). Os Encarnados voltaram a fazer uma má primeira parte, sem qualquer remate à baliza. O Santa Clara desapareceu no segundo tempo quando apareceu Darwin para operar a reviravolta em dois minutos.

Embalado pela vitória diante do Tondela, a equipa somou o segundo triunfo seguido no campeonato e voltou a ganhar na Luz, algo que não aconteceu nos últimos dois jogos.

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O Benfica pode até ter o melhor ataque da I Liga, com 58 golos marcados em 22 partidas, mas é um 'arsenal' de pólvora seca.

Nélson Veríssimo tarda em colocara equipa a render e, nos jogos, com o passar dos minutos, a intranquilidade toma conta dos jogadores. E se estiverem em desvantagem, pior ainda.

Diante de uma formação que esta temporada já venceu o FC Porto, na Taça da Liga, e que impôs a primeira derrota ao Sporting no campeonato, o Benfica mostrou muitas dificuldades para criar verdadeiras situações de golo. A equipa tem bola, circula pelos corredores, carrega pela zona central mas na hora de meter a bola no fundo das redes… é uma carga de trabalhos.

O Santa Clara, que entrou nesta ronda na 10.ª posição, queria mostrar porque estavam na sua melhor fase da temporada (não perdiam há cinco encontros-três vitórias e dois empates). E mostrou também as permeabilidades da defesa do Benfica. Além do golo que marcou no primeiro lance de verdadeiro perigo, podia ter feito mais, em situações de erros individuais do Benfica. Valeu, mais um vez, Odysseas Vlachodimos.

Ao intervalo poucos atreveriam a contestar a vantagem dos açorianos no jogo. Tanto o Benfica como o Santa Clara tinham feito sete remates no primeiro tempo, com a diferença de a equipa de Marco Silva ter enquadrado quatro desses sete tiros e o Benfica… nenhum. O guardião açoriano Marco terminou o primeiro tempo sem qualquer defesa.

Nélson Veríssimo foi a tempo de ir ao banco corrigir as coisas, lançando Taarabt para agitar o jogo e Yaremchuk para prender mais os centrais contrários, libertando Darwin para atuar a partir do corredor direito.

Foi preciso esperar por uma hora de jogo para ver o primeiro remate do Benfica à baliza do Santa Clara. O penálti de Mikel Villanueva sobre Rafa que Darwin não desperdiçou. E, ao segundo remate enquadrado, o segundo golo. Em dois minutos, Darwin resolveu para o Benfica.

A segunda parte do Benfica foi melhor, com mais bola, mais remates (fez nove, quatro deles à baliza, contra os sete da primeira parte, nenhum enquadrado), a do Santa Clara pior, sem qualquer lance de registo, qualquer remate sequer. A saída, por lesão, do iraniano Mohebi, autor do golo, mexeu com o ataque dos açorianos, assim como a quebra física de Ricardinho e Rui Costa.

No meio de tantas dificuldades, é Darwin quem vai decidindo: marca a cada 70 minutos de jogo, e os seus golos voltaram a valer vitória, tal como tinha acontecido diante do Famalicão e Boavista. O uruguaio marca há quatro jogos consecutivos na I Liga (Moreirense, FC Arouca, CD Tondela e Santa Clara), nesta que é o seu melhor registo desde que ingressou nos Encarnados.

Já o Santa Clara, perde pela primeira vez com Marco Silva ao comando (cinco jogos).

Momento-chave: Penálti escusado e Luz a acordar

O Benfica não tinha feito qualquer remate à baliza no primeiro tempo e ainda estava a tentar perceber como bater Marco quando Mikel Villanueva pisou, sem querer, Rafa na grande área. Penálti convertido por Darwin e o Benfica a acordar para o jogo, aos 60 minutos.

Os Melhores: Darwin imparável, defesa do Santa Clara sólida

Foi de Darwin os dois golos que deram os três pontos ao Benfica. Pode-se falar da falta de eficácia do ataque mas o uruguaio continua a cimentar a liderança dos melhores marcadores e, sem Luis Diaz (transferido do FC Porto para o Liverpool), está bem lançado para ser o goleador desta edição da I Liga: para já, leva 18 golos marcados nos 18 jogos que disputou na prova.

Uma palavra para a defesa do Santa Clara, principalmente no primeiro tempo, a permitir pouco ao Benfica.

Em 'noite não': Defesa do Benfica continua a tremer, ataque pouco eficaz

A defesa do Benfica continua a sofrer e a cometer muitos erros. A forma fácil como foi batida no golo do Santa Clara é exemplificativo de um sector que não consegue organizar-se. Os laterais são muito permeáveis, Weigl cometeu alguns erros que não são habituais e Otamendi não transmitiu confiança em muitos lances. Salva-se Odysseas Vlachodimos na baliza.

Se a defesa tremia, que dizer do ataque? Zero remates enquadrados com a baliza na Luz numa primeira parte, diante do Santa Clara, não é coisa para se desvalorizar.

Reações:

Mário Silva: "Não me lembro de um remate enquadrado do Benfica na 1.ª parte"

Veríssimo destaca entradas de Taarabt e Yaremchuk, Darwin agrade ao ucraniano o passe para o golo da vitória

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