No coração do Dragão, e apesar do regresso às vitórias, as feridas ainda estão longe de sarar. A contestação entre adeptos e direção encontrou nos recentes resultados um alvo perfeito, mas a verdadeira questão paira sobre a sucessão na presidência do FC Porto. Este sábado, enquanto a equipa recebia o AVS para a 26.ª jornada da Liga, os protestos voltaram a marcar presença nas bancadas.

Antes disso, Martín Anselmi surpreendeu com várias mudanças no onze portista. Eustáquio, Fábio Vieira, Rodrigo Mora e Pepê foram as escolhas do técnico, deixando de fora Otávio, André Franco, Martim Fernandes e o castigado Gonçalo Borges. Apesar das alterações, o sistema manteve-se num 3-4-3, com Eustáquio a reforçar a linha defensiva.

Do outro lado, Rui Ferreira procurou retificar a derrota frente ao Arouca, promovendo as entradas de Tomás Tavares, Eric Veiga, Jaume Grau e Vasco Lopes, ao passo que Fernando Fonseca, Rafael Rodrigues, Gustavo Mendonça e Rodrigo Ribeiro ficaram no banco.

O jogo: Alta pressão dá gás ao dragão

O apito inicial trouxe um FC Porto dominador, remetendo o AVS à defesa. Foram vários os lances de perigo levados a cabo pela formação da casa mas, mesmo assim, isso não foi suficiente para deixar satisfeitos os adeptos mais céticos. A primeira onda de descontentamento aconteceu nos minutos iniciais, com a claque Super Dragões a exibir a tarja: "Vida de milhões, futebol... tostões". Apesar disso, o restante público respondeu com uma ensurdecedora vaia de assobios.

Indiferentes a tudo isso, dentro das quatro linhas, os dragões continuavam a pressionar. Samu, Rodrigo Mora e Pepê destacavam-se na frente, bem apoiados por João Mário, Fábio Vieira e Francisco Moura. No entanto, essa postura ofensiva também abriu espaço para as transições rápidas do AVS.

John Mercado aproveitou um desses momentos e acelerou rumo à baliza, mas Diogo Costa saiu com coragem e bloqueou o remate. Apenas dois minutos depois, João Mário rasgou a defesa adversária, Pepê apareceu com velocidade e rematou para defesa de Ochoa. Na recarga, Rodrigo Mora não perdoou e assinou o seu quarto golo na Liga, reacendendo a chama no Dragão.

A tarefa revelou-se ainda mais complicada para os comandados de Rui Ferreira que, até ao intervalo, não conseguiram encontrar soluções para contraria a supremacia portista.

A segunda parte acabou por ser ainda mais penosa. Logo aos 46 minutos, Nacho Rodríguez viu o segundo amarelo e foi expulso após uma falta desnecessária sobre Francisco Moura.

Com um jogador a mais, o FC Porto não tardou a consolidar a vitória. Francisco Moura cruzou com precisão, e Fábio Vieira, de forma categórica, fez o 2-0. O médio soma agora três golos nos últimos três jogos, atravessando a sua melhor fase da temporada.

No final, o FC Porto garantiu a primeira vitória caseira de 2025, com Fábio Vieira e Rodrigo Mora a assumirem papel de destaque.

Com este resultado, os dragões igualam o Sp. Braga no terceiro lugar, ambos com 53 pontos. Já o AVS sofreu a segunda derrota consecutiva e permanece em zona de play-off de manutenção.

O momento: puto maravilha volta a fazer danos

O primeiro golo do FC Porto motivou uma explosão de alegria nas bancadas do Estádio do Dragão. Rodrigo Mora, aos 18 minutos, inaugurou o marcador. O criativo, tenro de idade mas muito esclarecido no que à magia da bola diz respeito, regressou à titularidade, após recuperar de lesão, abriu a contagem após uma defesa incompleta de Ochoa.

A figura: Mora, quem mais?

Depois de falhar os dois últimos jogos  - Arouca (2-0) e SC Braga (0-1) -, devido a uma lesão, o jovem jogador regressou da melhor forma ao ativo. Mora estava no sítio certo para faturar,  e não desperdiçou a oportunidade para inaugurar o marcador.

Fábio Vieira foi o outro destaque dos azuis e brancos. Além de assinar um grande golo, aos 61 minutos, o jogador portista esteve na maior parte dos lances de perigo dos dragões, construindo jogadas com pés e cabeça.

As reações

Martín Anselmi, treinador do FC Porto

Rui Ferreira, treinador do AVS