Mais que a exibição, foram os três pontos. O FC Porto precisava de vencer após duas derrotas seguidas (Inter Milão para a Champions e Gil Vicente para a I Liga) para recuperar índices de confiança e fê-lo mas sem deslumbrar, num jogo onde o Desportivo de Chaves deu luta e foi melhor em largos períodos.

O 3-1 final no último sábado é fruto da eficácia dos campeões nacionais e pelo facto de o GD Chaves ter terminado com nove jogadores, num jogo calmo mas que teve 16 cartões.

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O Jogo: eficácia amarelada

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Quem não viu o jogo e depara-se com as estatísticas finais, poderá pensar que houve uma batalha campal no Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira, protagonizado pelos jogadores do FC Porto e do Desportivo de Chaves. Puro engano. Não foi partida para os 14 amarelos e dois vermelhos mostrados pelo árbitro Manuel Oliveira.

O jogo ficou decidido, além das duas expulsões nos flavienses, pela eficácia do FC Porto, que voltou aos triunfos após duas derrotas seguidas. Longe de deslumbrar, o Dragão contentou-se em tocar bombo e sair de Trás-os-Montes com os três pontos.

A eficácia explica-se pelo primeiro golo no primeiro verdadeiro remate à baliza, de Dany Namaso, aos 15, e pelo segundo, de Otávio, aos 43. Foram três remates enquadrados com os postes no 1.º tempo, sendo que o anterior foi um um desvio de calcanhar de Toni Martinez que o guardião Rodrigo Moura, pelo sim pelo não, desviou para fora.

As muitas ausências no FC Porto (João Mário, Taremi, Galeno, Uribe, Evanilson) e a falta de rotinas nos que entraram (quase que não houve ataques na direita, no corredor onde estavam Rodrigo Conceição e André Franco) explicam também o jogo menos conseguido por parte do FC Porto, que muito sofreu na defesa, culpa também do Chaves que soube explorar e bem o corredor esquerdo do FC Porto.

O Chaves fez 10 remates só no primeiro tempo (FC Porto com oito), dois deles defendidos por Diogo Costa, numa delas com uma grande defesa.

E quando o Chaves preparava-se para reagir já depois de Steven Vitória ter aproveitado um disparate de Zaidu (penálti escusado sobre João Mendes) para reduzir de grande penalidade aos 53 minutos, surgiu a primeira expulsão nos flavienses.

Mesmo assim, a equipa tentou, arriscou mais e foi à procura do empate mas a segunda expulsão deitou tudo por terra, aos 81 minutos. O 3-1 do FC Porto aos 90+6 surge já num momento de risco total dos comandados de Vitor Campelos, técnico que perdeu João Mendes, Jô Baptista e Carlos Ponck para o próximo jogo diante do Portimonense.

De nada serviu ao Chaves ter terminado com os mesmos 13 remates do FC Porto, menos um enquadrado que os Dragões (4 contra 5).

Momento-chave: vermelho de Jô travou crescimento flaviense

Aos 72 minutos, Otávio foi travado em falta quando ia em velocidade para o meio-campo flaviense. O árbitro Manuel Oliveira começou por mostrar amarelo a Bruno Langa (seria o segundo) e consequente vermelho, levando o moçambicano ao desespero (não tinha feito falta, tocou apenas na bola). Mas o juiz do encontro, após conversa com o VAR, retirou o segundo amarelo e o vermelho ao lateral mas mostrou amarelo a Jô Baptista, que efetivamente fez falta. Era também o segundo para o avançado, que assim foi expulso no melhor período dos transmontanos, que procuravam o empate.

Polémica: demasiados amarelos para um jogo pacífico

Foram 14 amarelos e dois vermelhos, num jogo até tranquilo, sem agressividade ou faltas que justificassem tantos cartões. Manuel Oliveira foi rápido e demasiadas vezes ao bolso, muitas delas sem se justificar. Os dois amarelos num minuto a João Mendes explicam-se pelo exagero do avançado nos protestos no primeiro amarelo e pela falta dura e sem bola sobre Otávio.

O segundo amarelo a Jô Baptista parece exagerado, embora viesse na mesma linha do critério do árbitro. Aqui o erro foi no primeiro amarelo já que é Grujic quem pisa o avançado. O árbitro entendeu que foi ao contrário e mostrou - mal - o amarelo ao avançado brasileiro.

Os Melhores: Otávio voltou a brilhar

Otávio teve participação nos três golos do FC Porto. A forma como bateu Guima com uma finta de corpo fantástica antes de combinar com Eustáquio para o 2-0 mostra mais uma vez como é importante as jogadas estudadas (lance nasce de um canto estudado do FC Porto). É ele quem combina com Namaso para o 1-0 e é ele quem lança Taremi par este servir Toni Martinez para o 3-1 final.

Além disso, sofre as duas faltas que resultam nas expulsões dos dois jogadores do Chaves. De acordo com dados do Goalpoint, ganhou 13 dos 15 duelos em que esteve envolvido, fez quatro desarmes e 11 recuperações de bola.

Os Piores: Manuel Oliveira perdido

O árbitro Manuel Oliveira optou por seguir um critério muito apertado, mostrando amarelos a torto e a direito. Equivocou-se no primeiro amarelo a Jô Baptista que depois seria expulso. Ao ritmo em que estava a mostrar amarelos, muito dificilmente o jogo terminaria 11 contra 11.

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