O presidente do Belenenses manifestou-se no sábado "envergonhado" e assumiu "responsabilidade" pelos confrontos físicos que se verificaram na Assembleia-Geral (AG) extraordinária, na qual os sócios votaram favoravelmente e por maioria a denúncia do protocolo com a SAD.
Após quatro horas de AG, a proposta de denúncia do protocolo apresentada pela direção presidida por Patrick Morais de Carvalho recebeu 221 votos a favor, oito contra e registaram-se 35 abstenções.
Desta forma, o clube vai denunciar o protocolo e tentar negociar um novo com a SAD e Codecity Sports Management (CSM), conforme já tinha sido admitido pelo presidente dos ‘azuis'.
Contudo, o momento mais atribulado da AG verificou-se minutos antes da votação, quando Patrick Morais de Carvalho se dirigia aos sócios.
"Quem estiver pela Codecity [acionista maioritário da SAD] e contra o clube, vote não. Não se abstenham. Quem tiver dúvidas, que saia do pavilhão", foi a intervenção do presidente, que ‘incendiou' os ânimos e originou mesmo agressões entre vários sócios.
A AG acabaria por ser suspensa e, cerca de 30 minutos depois, retomada - já com a polícia no interior do pavilhão, mas sem necessidade de atuar - tendo o presidente admitido que estava "profundamente envergonhado pelo que se passou".
"Se os senhores sócios aqui presentes entenderem penalizar-me de qualquer maneira, sinto-me livre para aceitar o que acontecer, porque fui o responsável pelo que aconteceu. Sinto-me envergonhado, é o momento mais baixo desde que estou no Belenenses e peço desculpa", afirmou aos associados.
Tendo em conta o que aconteceu, mas também devido "ao ambiente que está instalado entre clube e Codecity", Patrick Morais de Carvalho revelou que vai retirar-se das negociações com a SAD, liderada por Rui Pedro Soares, e propôs que as mesmas sejam lideradas pelo presidente da Mesa da AG, Pedro Pestana Bastos, pelo presidente do Conselho Geral, Henrique Abecasis, e um terceiro elemento que faça parte da direção por si liderada.
De resto, Pedro Pestana Bastos foi perentório ao dirigir-se aos sócios: "A terceira pessoa tem de ser da direção, porque esta tem de fazer parte da negociação. Eu vou negociar para trazer um acordo. Não vou com o intuito de mandar a SAD embora. Eu vou para fazer um acordo".
O acordo entre clube e SAD, a acontecer, será posteriormente levado à AG, para que possa ser discutido e votado pelos sócios.
Entre as consequências da denúncia do protocolo existente, com data de 30 de junho deste ano, está a impossibilidade de a equipa de futebol profissional jogar no Estádio do Restelo.
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