O técnico Artur Jorge admitiu hoje que as “expectativas estão muito altas” em relação ao Sporting de Braga, segundo classificado e melhor ataque da I Liga de futebol, frisando a ambição de vencer o Vitória de Guimarães, sábado.
Os bracarenses vêm de golear, fora, o Arouca por 6-0, números que consolidaram o melhor ataque da prova, destacado, com 17 golos, enquanto o Vitória de Guimarães perdeu, em casa, com o Casa Pia (1-0), somando a segunda derrota consecutiva.
Na quinta jornada da I Liga, Artur Jorge vai ter o primeiro dérbi como treinador da equipa principal dos bracarenses, mas frisou que a sua postura e abordagem ao jogo será “exatamente a mesma do que contra outro qualquer adversário”.
Frisando saber "da importância do jogo", mas "não propriamente por causa do adversário", o treinador dos bracarenses destacou "a intenção de ganhar" do Sporting de Braga.
O treinador confessou que tem tido o “cuidado” de tentar controlar a euforia que se possa instalar no plantel dado o excelente arranque de temporada.
“Temos a noção de que este jogo vale pelos 90 minutos que cada equipa possa fazer, não valorizo a classificação atual, valorizo que vamos ter pela frente um adversário difícil, com qualidade, olhamos com muito respeito para o Vitória de Guimarães. Temos que ser equilibrados porque as expectativas estão muito altas, mas sabemos o que queremos e o que nos tem custado este destaque e queremos dar continuidade a este trabalho”, disse.
Instado a comentar as declarações recentes de Manuel Cajuda, antigo treinador do Sporting de Braga, que considerou que “o quarto lugar já é pouco para o Braga” e que ele “assumiria claramente a luta pelos três primeiros lugares”, Artur Jorge disse querer “cavalgar” a onda de apoio dos adeptos, mas sempre tentando “controlar e dominar internamente as expectativas” para ter a “serenidade necessária”.
“Temos tido esse cuidado muito grande para essa moderação. O que temos feito tem sido bom, mas temos margem para melhorar. Não deixamos que essa euforia que possa haver nos nossos adeptos nos cause dano e pensar que tudo está feito, quando, na verdade, nada está feito. É importante muita seriedade e compromisso nos próximos jogos”, disse.
Questionado pelo segredo do melhor ataque da prova, o treinador disse ser fruto sobretudo do “coletivo” e do “muito trabalho, aliado à qualidade dos jogadores, não só da frente, que são muitos e bons”.
“Destaco sempre o coletivo para sermos uma equipa equilibrada, com esta ambição de criar o caos quando com bola, só dessa forma seremos uma equipa de topo”, disse.
O treinador abordou ainda a continuidade de Ricardo Horta, abortada a transferência para o Benfica, e os últimos reforços, o turco Serdar Saatçi e o sérvio Uros Racic.
“Nunca me mostrei afetado pelo que se falava do Ricardo Horta, acredito que vamos ver um Ricardo melhor ainda, na sua plenitude, mas é claro que as coisas acabam por ter impacto na parte emocional do jogador, mas ele sempre mostrou ser um tremendo profissional”, elogiou.
Em relação ao defesa central turco e ao médio defensivo sérvio, disse que as contratações foram “cirúrgicas”, tal como tinham sido as anteriores.
“Vamos ter uma densidade de jogos muito grande, todos serão importantes. São dois jogadores com experiência de competições europeias, o Racic conhece bem o campeonato português [jogou no Famalicão], traz qualidade”, disse.
O técnico, antigo defesa central do Sporting de Braga, recordou os dérbis em que participou como jogador.
“Eram outros tempos, mas sempre jogos muito emocionantes, de grande entrega e paixão de cada uma das partes. Quero aproveitar o impacto do apoio que tivemos em Arouca agora para o dérbi, jogos que são imprevisíveis e equilibrados. Que os 20 mil adeptos do nosso lado possam ser a força maior que nos catapulte para a vitória”, disse.
Victor Gómez é o único lesionado do plantel, estando na fase final da recuperação.
Sporting de Braga, segundo classificado, com 10 pontos, e Vitória de Guimarães, oitavo, com seis, defrontam-se a partir das 15:30 de sábado, no Estádio Municipal de Braga, jogo que será arbitrado por Nuno Almeida, da associação do Algarve.
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