A Vila das Aves volta a ter uma equipa na I Liga de futebol, cinco anos depois, agora com a denominação de AVS, com a dupla missão de garantir a permanência e devolver a confiança aos adeptos locais. A equipa arrancou a prova com um empate na receção ao Nacional, outro emblema que subiu de divisão no final da época passada, tal como os avenses.

O AVS Futebol SAD, como é denominada a equipa, garantiu um lugar na elite do futebol luso por via do play-off, impondo-se por duplo 2-1 ao então primodivisionário Portimonense, e só no derradeiro jogo, com oferta de lanche e portas abertas, logrou disfarçar a resistência e desconfiança dos adeptos locais.

Especial: Tudo sobre a nova época na I Liga - análises, entrevistas, fotos e vídeos

A permanência assume, por isso, ainda maior importância para que a relação não vire ralação, comprovando junto dos avenses que não são necessários ‘negócios da China’ para as coisas funcionarem.

Jorge Costa, o técnico da subida, saiu, ocupando agora o cargo de diretor de futebol do FC Porto, num ‘onze’ [mais habitual] que perdeu somente o central Anthony Correia e o criativo Bernardo Martins, embora as exigências da I liga sejam distintas.

A SAD presidida por Rubens Parreira elegeu o vitoriano Vítor Campelos, de 49 anos, para treinador principal de um plantel que ganhou mais opções para o setor defensivo.

Durante a pré-época, chegaram ao AVS os centrais Baptiste Roux (francês), Cristian Devenish (colombiano) e Nacho Rodríguez (uruguaio), e ainda os defesas esquerdos Rafael Rodrigues (cedido pelo Benfica) e Kiki Afonso (de regresso a Portugal).

O internacional georgiano Aburjania e o brasileiro Lucas Piazón foram os reforços eleitos para o meio-campo, juntando-se aos repetentes Luís Silva, Jonatan Lucca (fundamentais na época passada) e Gustavo Mendonça.

O ‘jovem’ avançado Nenê, de 41 anos, máximo goleador da II Liga, na época passada, continua a ser a referência no ataque do AVS, que segurou o cobiçado Mercado e o também veloz Vasco Lopes, este ainda a recuperar de uma longa paragem.

As alternativas a estes jogadores, até ver, são as mesmas da época passada, apesar de as exigências serem agora maiores.

Campelos já assumiu que a equipa está construída de trás para a frente, sem esconder que tem vagas no plantel para o meio-campo e o ataque, entradas que disse terem de ser “muito criteriosas”, para cumprir a imagem de “clube cumpridor”.

Seja qual for a opção, o foco estará na permanência, a melhor forma de reconciliar os aguerridos e presentes adeptos do extinto Desportivo das Aves com o futebol, visando resgatar o seu apoio o AVS.