A saída do futebolista Bernardo Silva para o AS Mónaco, anunciada terça-feira pelo Benfica, fez disparar os ganhos do clube em transferências para uma verba a rondar os 134 milhões de euros em pouco mais de um ano.
Bernardo Silva, formado nas escolas do clube, é a mais recente saída do clube, por 15,750 milhões de euros, após um ano em que os "encarnados" angariaram mais dinheiro do que em qualquer outra época, com a venda de nove futebolistas.
No período de um ano, desde a saída do sérvio Matic para o Chelsea, a 15 de janeiro de 2014 (por 25 milhões de euros), foram muitas as saídas, a maioria de jogadores do "onze" titular.
Nemanja Matic foi o primeiro revés, mas os "encarnados" cumpriram a época com distinção mesmo sem o internacional sérvio: conquistaram tudo o que podiam a nível interno (Liga, Taça e Taça da Liga) e foram finalistas na Liga Europa.
Com André Gomes e Rodrigo desde janeiro comprometidos com a Meriton, do empresário Peter Lim – que viria a adquirir o Valência – e com novo encaixe na ordem dos 33,3 milhões de euros, os êxitos valeram a cobiça de outras "pérolas".
O central argentino Garay rendeu 2,4 milhões de euros (o Benfica apenas tinha 40 por cento do passe), ao sair em junho para o Zenit, seguindo-se os também titularíssimos Markovic (12,5 ME por 50 por cento do passe) e Oblak (16 ME, Atlético Madrid), em julho.
Óscar Cardozo, que não tivera uma época tão boa e é o melhor marcador estrangeiro da história do clube da Luz, acabou por pôr fim a uma ligação de sete anos, vendido aos turcos do Trabzonspor por quatro milhões de euros (pelos 80 por cento que o Benfica detinha).
A atual época iniciava-se, e excluindo Nemanja Matic, sem pelo menos quatro jogadores com estatuto de titulares - Oblak, Garay, Markovic e Rodrigo, além de André Gomes e Cardozo, muito utilizados -, mais Siqueira, jogador que estava emprestado e foi contratado pelo Atlético de Madrid.
Com o clube eliminado das provas europeias e Taça de Portugal, mas na condição de líder da Liga, o ano terminou com o princípio de acordo por aquele que tinha sido eleito o melhor jogador do campeonato anterior, o internacional argentino Enzo Pérez.
O jogador que chegara à Luz em 2011 e não se adaptara, até ser "devolvido" por empréstimo aos Estudiantes e regressar para deixar de ser extremo e substituir Witsel no meio campo do Benfica, acabou por ser uma revelação.
Adaptado a um novo lugar, Enzo Pérez deu nas vistas: passou a ser o "dono" do meio-campo "encarnado", foi chamado à seleção argentina para o Mundial2014 e acabou por sair a 2 de janeiro para o Valência, por 25 milhões de euros.
Foi o penúltimo a sair, antes do jovem Bernardo Silva, formado nas escolas dos "encarnados" e um confesso adepto do clube que tinha no início da temporada sido emprestado ao AS Mónaco, de Leonardo Jardim, Ricardo Carvalho e João Moutinho.
O jogador, de 20 anos, foi utilizado em 21 jogos dos monegascos, 14 dos quais como titular e acaba por sair por 15,750 milhões de euros, num contrato em que se vincula ao clube francês até 2019.
A saída de Bernardo Silva surge poucas semanas depois de Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, ter dito que o jogador regressaria, tal como Ivan Cavaleiro (Deportivo Corunha) e João Cancelo (Valência), se nada de "anormal" se passasse.
Num ano de recordes globais, a maior transferência do clube continua a pertencer ao belga Axel Witsel, vendido em 2012 por 40 ME (ao Zenit).
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