A notícia é da edição desta terça-feira do jornal Record: o Benfica quer entrar na recém-criada Superliga Europeia, muito criticada por adeptos, jogadores, dirigentes e políticos.
De acordo com aquele matutino desportivo, os Encarnados estão a trabalhar no sentido de virem a ser um dos cinco clubes convidados não permanentes da nova prova de elite da Europa. Esta posição dos atuais 3.º colocados da Primeira Liga de Futebol vai contra o que defende FC Porto e Sporting.
Aliás, esta segunda-feira, uma fonte oficial do Benfica avançava à Lusa que o clube estava contra a criação de uma Superliga europeia de futebol, anunciada no sábado por 12 dos principais clubes de Espanha, Inglaterra e Itália. Uma posição que já tinha sido defendida por Domingos Soares de Oliveira, administrador da SAD Encarnada, em entrevista ao portal 'Off the Pitch' em novembro de 2020.
"A minha opinião é contrária, mesmo que o Benfica fosse um dos clubes representados na SuperLiga europeia. Se acontecer [o convite] quase nem é preciso pensar, mas preferia que não acontecesse", disse, na altura, Domingos Soares de Oliveira.
Escreve ainda o Record que o Benfica olha para esta nova competição como uma oportunidade de representar Portugal na Superliga Europeia, além do grande encaixe financeiro que a prova poderá proporcionar.
A 1 de março de 2017, Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, tinha assumido em entrevista à CMTV que o Benfica estava interessado em entrar na Superliga Europeia.
"A Superliga Europeia deve preocupar muito o futebol português, parece que andam todos distraídos. Se me disserem que há dois clubes portugueses que poderão ter espaço para ela,... há um que de certeza tem. Se me perguntarem se o Benfica está a olhar para isto com esta clareza toda, claro que está. E trabalharemos afincadamente para isso mesmo", disse, na altura, o líder da SAD Encarnada.
No domingo, 12 dos principais clubes de Espanha, Inglaterra e Itália anunciaram a criação de uma competição de elite, concorrente da Liga dos Campeões, em oposição à UEFA, às federações nacionais e a vários outros emblemas.
AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham “uniram-se na qualidade de clubes fundadores” da Superliga, indica o comunicado, acrescentando que a competição vai iniciar-se “o mais brevemente possível”.
Os promotores da Superliga adiantam que a prova será disputada por 20 clubes, pois, aos 15 fundadores – apesar de terem sido anunciados apenas 12 -, juntar-se-ão mais cinco clubes, qualificados anualmente, com base no desempenho da época anterior.
A época arrancará em agosto, com dois grupos de 10 equipas e os jogos, em casa e fora, serão realizados a meio da semana, mas todos os clubes participantes continuarão a disputar as respetivas ligas nacionais.
Os três primeiros classificados de cada grupo e os vencedores de um ‘play-off’ entre o quarto e o quinto posicionados disputarão os quartos de final, em duas mãos, seguindo-se a fase a eliminar até ao jogo decisivo, em terreno neutro.
O comunicado dos 12 clubes surgiu no mesmo dia em que a UEFA reafirmou que excluirá os clubes que integrem uma eventual Superliga europeia de futebol, e que tomará “todas as medidas necessárias, a nível judicial e desportivo” para inviabilizar a criação de um “projeto cínico”.
Na luta contra a pretensão de alguns dos mais poderosos clubes da Europa, a UEFA disse contar com o apoio das federações de Inglaterra, Espanha e Itália, bem como das ligas de futebol destes três países.
Em janeiro, a FIFA já tinha avisado, num comunicado conjunto com as confederações do futebol mundial, que impediria de participar nas suas competições qualquer clube ou jogador que integrasse uma eventual competição de elite, disputada por convite por alguns dos maiores clubes europeus.
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