O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, abordou ainda este sábado o ataque à academia do Sporting em Alcochete, considerando que foi um ato de "terrorismo".

"Vamos falar do sucedido [em Alcochete]. Vou tentar ser o mais cuidadoso possível, estando 100% disponível para auxiliar a justiça. Foi um ato bárbaro, de vandalismo, de terrorismo. Conseguiram aproveitar-se de um homem abatido, que estava em estado de choque na Academia, que disse isso. Mas tentaram e conseguir colar na opinião pública, que o que disse é que era chato. Conseguiram manipular as palavras, tirá-las do contexto e desonrar um homem honrado, que é digno e merecedor de respeito, que tem os seus direitos enquanto ser humano e presidente do Sporting", começou por dizer.

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"Fala-se, um jornal, que eu teria dado o aval a agressões, e que esse aval teria sido a 6 de abril. Aquilo que sabemos é que, na Madeira, houve atletas do Sporting que, infelizmente, por impulsividade, pelo seu temperamento quente, não conseguiram aguentar aquilo que é a frustração. Cuidado, não sou um grande apologista, mas eu próprio sofri na papel contra o Paços de Ferreira, impropérios. Houve jogadores que não conseguiram aguentar. Confesso que os percebo, porque já passei por isso, é duro para pessoas de sangue quente, que se sentem injustiçadas. Têm de aguentar e aceitar. No final desse dia, disse que aceito os assobios. Acontece que nesse momento e no aeroporto, foram trocadas palavras com alguma gravidade com adeptos do Sporting. Todo o ato de intimidação, condenamos de forma veemente. Mas a verdade é que, sem o nosso conhecimento, foi dito, por um dos ex-líderes da Juventude Leonina, que iria na terça-feira falar com esses atletas que lhes chamaram nomes e que se viraram…", acrescentou.

"Os atletas não têm culpa nenhum do que se passou na Academia, foi um ato criminoso. Mas isso teve uma origem e não foi a 6 de abril ou a 7 de abril quando eu estava a um dia de saber se a minha filha mais nova sobrevivia ou não. Isto teve início na Madeira, local onde não fui, infelizmente, porque gosto de acompanhar as modalidades. Era minha convicção que, depois do resultado com o Benfica não ter sido positivo, íamos à Madeira ganhar. Não ganhámos", finalizou.

Sobre o BMW azul que entrou na Academia, Bruno de Carvalho atirou: "Carro entrou, saiu, polícia tem imagens. Garantidamente que não foi a administração da SAD que deu entrada a ninguém. Éramos o clube, nos últimos cinco anos, que tinha folha limpa em atitudes de violência. E ficamos manchados com este ato. Não existe indignação com a cartilha montada pelo Benfica de que eu sou autor direto ou moral ou direto outra vez. Já se falou em provas, testemunhos".

O clube de Alvalade atravessa momentos de crise na sequência das agressões da passa terça-feira, 15 de maio, em a equipa de futebol foi atacada na Academia de Alcochete por um grupo de cerca de 50 pessoas, que agrediram técnicos e jogadores. A GNR deteve 23 dos atacantes.